A Prefeitura de Nova Lima confirmou nesta terça-feira, dia 18, que solicitou ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e também a órgãos ambientais da esfera estadual, investigação nas águas da enchente que atingiu a Região Nordeste da cidade, e outros municípios da região, pelo “aspecto físico e químico dos sedimentos da lama”.

Segundo o Executivo Municipal, desde o dia 9, já está tramitando no Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente – Caoma, órgão que auxilia o MPMG para questões ambientais e o Instituto Mineiro de Gestão das Aguas – Igam, o pedido de investigação com “relação à qualidade da água sobre os aspectos físicos e químicos dos sedimentos encontrados em Honório Bicalho e Santa Rita”.

A Prefeitura aguarda um parecer das entidades para tomar as medidas pertinentes, de acordo com o resultado.

Agência Nacional de Mineração faz inspeção em barragens com nível de elevado de perigo

Fiscais da ANM estão vistoriando barragens em nível 2 (quando recomenda-se a evacuação de pessoas por anomalia) e 3 (quando há iminência de rompimento) em Minas Gerais, para averiguar a situação das estruturas, uma vez que nestas condições pode haver colapso.

No distrito de São Sebastião das Águas Claras, os técnicos da agência inspecionam a Mina de Mar Azul (B3 e B4), que se encontram em nível 3 e também o muro de contenção feito pela mineradora Vale para conter possível vazamento das estruturas em caso de rompimento. Com a alta densidade de chuva, o muro que está a 15 metros acima do nível da ponte de acesso ao vilarejo, reteve a água e alagou vias de acesso ao bairro que ficou isolado por dias.

Houve também deslizamento de terra, que invadiu outro acesso. Além do isolamento, foi registrado falta de água potável e energia elétrica.

“As equipes técnicas da Vale já se mobilizam para executar uma avaliação aprofundada e identificar melhorias necessárias na estrutura e tem trabalhado, ainda, na desobstrução dos acessos à comunidade”, disse a mineradora em nota.

A preocupação com as estruturas aumentou depois das fortes chuvas que atingiram o estado no início do ano. A estrutura em Macacos está em nível 3, quando já há iminência de rompimento.

Pedido de CPI e investigação nas cidades afetadas

Em Nova Lima, há na Câmara Municipal um pedido de CPI feito pelo vereador Silvânio Aguiar (PSD) que visa elucidar o que ele denomina como aparente excesso de rejeitos de minério na lama: “o que a gente percebe é uma lama muito carregada de rejeito de minério e de coisas que vêm da mineração. Não acredito que toda essa enchente que aconteceu foi única e exclusivamente por causa da chuva”, declarou Aguiar nas redes sociais. O pedido de instalação da Comissão ainda não foi votado.

Já a vereadora Juliana Sales (Cidadania) oficiou ao MPMG, ao Ministério Público Federal e à Agência Nacional de Mineração – ANM, um pedido de investigação para possível existência de rejeitos na lama.

Já na cidade de Raposos também pode haver CPI a pedido do vereador Guilherme Bittencourt (Cidadania). Em Rio Acima, há um pedido de análise do parlamentar Helberth Rodrigues (Republicanos).

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