Foto: PRF/Twitter -Foto: PRF/Twitter - A imagem pode não retratar a realidade de momento e é apenas ilustrativa.

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O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (CREA-MG) divulgou nesta segunda-feira, dia 27, um documento sobre a situação da BR-040 entre Nova Lima e Congonhas, oferecendo análises técnicas e recomendações para reduzir acidentes na rodovia, que é considerada uma das mais perigosas do Brasil.

O documento foi lançado através do Grupo de Trabalho GT Engenharia BR-040, formado em março deste ano para analisar as condições da rodovia no trecho entre o km 563 e o km 617.

“É o trecho que os próprios dados que obtivemos indicaram o maior número de acidentes e óbitos dos envolvidos. Quando se compara este trecho com outros da 040, percebe-se que existem mais acidentes e maior envolvimento de veículos pesados”, conta Antônio Humberto Pereira, conselheiro do CREA-MG e coordenador do GT.

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De dezembro de 2020 a dezembro de 2022, ocorreram 272 acidentes e 53 mortes em um trecho de 54 km, resultando em quase 1 morte por km. Antônio aponta o traçado e o alto volume de veículos de carga como os principais fatores que tornam o trecho perigoso, classificando-o como um dos mais mortais do país.

“É uma rodovia que remonta aos primórdios do Brasil Colonial. É claro que, ao longo dos anos, foram feitas melhorias, como na década de 30, durante o governo do presidente Washington Luís, e em 1957, quando o presidente Juscelino Kubitschek inaugurou a pavimentação da rodovia e o antigo Viaduto das Almas, que na época foi considerado um primor da Engenharia, mas que depois não apresentou as condições necessárias e esperadas que a rodovia exigia”, explica.

“Outra questão é o tráfego pesado de carretas carregadas de minérios. A consequência de um acidente envolvendo um veículo tão pesado é muito maior do que se fossem, por exemplo, dois carros pequenos, por causa da energia envolvida com o peso das cargas”, complementa ele.

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O relatório revela que quase um terço dos veículos na via são carretas de minério. Dos 272 acidentes ocorridos entre dezembro de 2020 e dezembro de 2022, 46,7% envolveram pelo menos uma carreta, resultando em 28 vítimas fatais (52,8% do total no período). O documento destaca que o trecho da BR-040 não acompanhou as mudanças socioeconômicas recentes, especialmente o aumento das atividades de mineração que utilizam a rodovia para transporte de minério, comprometendo a segurança viária e a qualidade do pavimento.

Para prevenir fatalidades, o coordenador do GT destaca a importância da reforma de partes do trecho da BR-040. “Isso reduziria muitos acidentes, sejam obras de grande tecnologia, como túneis e viadutos; sejam obras não tão complexas, como a duplicação de toda a rodovia; ou até soluções mais simples, como defensas metálicas para evitar ultrapassagens perigosas”, afirma.

O documento está disponível no site do CREA-MG e será compartilhado com todas as entidades envolvidas na gestão eficiente do trecho da BR-040 e na prevenção de acidentes fatais.

“A nossa expectativa é que essa semente consiga sensibilizar todas as entidades envolvidas, seja na esfera federal, estadual, municipal, seja no Poder Judiciário, seja no Ministério Público, seja nas empresas mineradoras, seja nas empresas transportadoras, no sentido de que todos canalizem os esforços para medidas que consigam reduzir o nível de fatalidades. A gente nem chama mais de acidente, porque acidente dá a entender que é inevitável, mas todos esses acidentes podem e devem ser evitados”, completa Antônio.

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