Imagem: Vistoria realizada pelos fiscais da ANM na Barragem Cocuruto – AngloGold Ashanti

Imagem: Vistoria realizada pelos fiscais da ANM na Barragem Cocuruto – AngloGold Ashanti

De forma inesperada, as plantas de produção da Anglo Gold Ashanti em Nova Lima foram paralisadas nesta última semana. A situação pegou todos de surpresa. A planta do Queiroz é responsável pela extração de ouro da mineradora sul-africana.

Tal atitude não é comum e se confunde com uma denúncia recebida pelo Jornal Sempre Nova Lima, através de uma moradora do Bairro Galo, que não quis se identificar. A moradora disse que ouviu boatos de que a barragem de Calcinados, que fica no local, estaria comprometida e “com rachaduras”. Ela estava com medo e queria saber se precisava deixar o local.

Logo, procuramos a Agência Nacional de Mineração (ANM) e também a Anglo Gold. A Anglo se manifestou dizendo que a estrutura estava estável e não apresentava rachaduras. Contudo, logo em seguida, a mineradora recebeu incursões da ANM e também de agentes da Polícia Federal. Nem a ANM e muito menos a PF informaram o motivo da visita.

Vale lembrar que a Anglo enfrenta alguns danos à estrutura da barragem de Santa Bárbara.

A partir disso, veio a notícia da paralisação da produção, o que reforçou o clima de suspense. Pedimos novo posicionamento da empresa que continua confirmando a segurança das barragens, mas informa que a estrutura de Cocuruto encontra-se em nível 1, em estado de prontidão.

“A AngloGold Ashanti informa que as barragens da Planta Queiroz, em Nova Lima (MG), permanecem seguras e estáveis e não apresentam nenhum sinal de comprometimento estrutural. Apenas a barragem de Cocuruto encontra-se em nível 1 (“estado de prontidão”), desde outubro de 2022, após a Agência Nacional de Mineração (ANM) solicitar um estudo adicional da estrutura. Os novos relatórios já foram encaminhados à ANM. Reafirmamos que não há nenhum problema estrutural na barragem, permanecendo segura e estável.”

A partir disso, a empresa explica o porquê da planta estar parada: “Dentro deste processo de regularização, desde novembro a empresa não está depositando rejeitos e efluentes nas barragens da Planta Queiroz. Em função disso, foi necessário paralisar as plantas metalúrgicas da unidade até finalizar o processo de regularização. Os empregados dessas áreas foram direcionados para realizar atividades de manutenções prévias e melhorias nos processos. Recentemente, a ANM visitou a Planta Queiroz e constatou que todas as determinações legais estão sendo cumpridas pela AngloGold Ashanti”, finalizou.

Agência classificadora de risco piora perspectivas para a Anglo

Também na semana passada, a agência classificadora de riscos, Fitch, reduziu para “negativo” as expectativas futuras da companhia sul-africana.

A agência de Londres revisou o IDR (em português se traduz para Rating de Inadimplência do Emissor) da Anglo, que é a probabilidade de uma empresa não honrar seus compromissos financeiros no curto ou longo prazos). No caso da empresa, trata-se da perspectiva de longo prazo.

Para a Fitch, a empresa apresentou nos últimos dois anos uma performance de custos mais fraca, o que quer dizer que a gestão de custos piorou. Mas, de acordo com a agência, a empresa implantou um projeto de corte de custos para tentar retornar a um patamar melhor de rentabilidade das suas operações.

A Anglo, como dito, não se manifestou.

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