Foto: Reprodução/Portal Nova Lima - Delegada Jéssica a esquerda

A delegada Jéssica Novaes Moraes, titular da Delegacia Especializada em Atendimento a Mulher da região, em entrevista ao Portal Nova Lima, comentou o caso do suspeito de estupro de vulnerável, Same de Paula, de 50 anos, que é Conselheiro Tutelar em Nova Lima. Same foi preso no Jardim Canadá nesta semana acusado de ter aliciado uma menor de 12 anos.

De acordo com a delegada, a prisão se fez necessária para evitar a consumação de um possível ato sexual, flagrado pela polícia depois que a mãe da criança entregou mensagens para a polícia.

“As conversas, todo o conteúdo, já inclusive chegando ao ponto de se encontrar em particular com a adolescente, pois ele estava marcando encontro com ela, de ir na casa dela enquanto estivesse sozinha, falou que ‘precisava encontrar ela sozinha lá’, que ele estaria perto da sua residência e caso não tivesse ninguém lá ele entraria. A mãe inclusive teve apreensão em mandar a filha para a escola, de sair com a garota ou deixar ela em casa, pois já havia avanço para contato físico”, disse Jéssica que confirmou que as mensagens eram de cunho sexual:

“No início era conteúdo sexual e passou também para um cunho amoroso, nós percebemos que foi agravando o nível da conversa, com coisas mais pesadas, mais explícitas mesmo, de caráter sexual, até que culminou ontem (terça) em um nível muito alarmante e até mesmo repugnante, o que culminou na prisão em flagrante dele”, afirmou.

A delegada disse que sem a ação policial, o caso poderia ter se agravado: “Ele tinha muito acesso, ele já acompanhava a família, ele já tinha ido na casa dela, ele já tinha dado presentes para ela antes de tudo vir à tona, ele era uma pessoa bem vista pela família, então ele tinha uma confiança, era muito fácil para ele ter este acesso, então a gente tem sim, quase certeza que aconteceria realmente algo mais grave.”

Como identificar possíveis abusos

A delegada ainda respondeu a pergunta do portal sobre quais são os sinais visíveis de violência:

“Avaliar qualquer tipo de mudança no comportamento, ter conversas abertas com as crianças, trazê-las para um lado mais amigável para não permitir isolamento, que pode ser um sinal, e acreditar no que está escutando, já que muitas vezes os pais não acreditam na criança. Infelizmente estamos num momento em que temos que observar todos, não é porque se tem um discurso de autoridade, que tem um cargo, que temos de confiar plenamente, deixar a criança à mercê daquela pessoa. Sempre ser vigilante. Hoje em dia, com acesso a internet, ter controle do que se está passando nas telas, não permitir acesso irrestrito, porque é um lugar que pode sim ser monitorado.”

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