O Sempre Nova Lima se profissionalizou a fim de melhorar o discernimento da população acerca de diversos fatores que circundam a nossa sociedade. Até por isso, a responsabilidade é uma premissa sine qua non no processo democrático do jornalismo. Premissa essa que é, também, um valor intrínseco ao nosso portal, uma importante ferramenta que nasceu conjuntamente ao nosso trabalho.

Nos foi ensinado, ao longo do tempo, que um jornal não só noticia, mas também emite opiniões. Opiniões que nem sempre vão de encontro à maioria, mas que traz à tona a linha editorial. Seria no mínimo covarde da nossa parte não emitir uma opinião sincera acerca do carnaval de 2017.

Uma vez citada esta introdução, apenas uma frase elucida os fatos acontecidos neste ano: o prefeito errou na condução do carnaval nova-limense. Não refutamos, em hipótese alguma, o mau momento vivido por Nova Lima e demais cidades nos quatro cantos deste país. A crise nas contas públicas é severa e merece a atenção devida antes que o desastre esteja de fato consolidado.

Sabemos, inclusive, do trabalho do prefeito quanto as tentativas de buscar recursos externos para investir em áreas primordiais. Contudo, a falta de diálogo se mostra perniciosa e não se encaixa com o processo democrático inerente à nossa constituição. O dever do prefeito é escutar a população, da maioria à minoria, sem exceção.

Vitor Penido não o fez! Muito pelo contrário. Por mais que a Prefeitura de Nova Lima não colocasse um tostão no carnaval, deveria, no mínimo, garantir a segurança dos foliões e dar alguma estrutura para a festa acontecer. Não é porque o prefeito afirmou que não investiria no carnaval, que as pessoas deveriam ficar em casa e fazer destes dias algo monótono. 

A prefeitura poderia, por exemplo, promover reuniões entre a Polícia Militar e os coordenadores de blocos; sinalizar as ruas; buscar parcerias com os Bombeiros garantindo a segurança física dos foliões; campanhas educativas, no Facebook, como o respeito às mulheres, por exemplo, algo que não traria dispêndios; talvez, quem sabe, usar dos servidores em cargos comissionados, para contribuir na festa, já que estes não recebem hora extra, o que não traria custos.

Qualquer situação inversa à isso é omissão. E o prefeito, enquanto Chefe do Executivo, não pode se omitir. 

No mais, a Prefeitura deixou de gerar renda aos ambulantes e recolher impostos, tão necessários num momento de desequilíbrio fiscal. Só em Belo Horizonte mais de 9 mil ambulantes puderam trabalhar e gerar renda para as suas famílias. A economia da cidade deixou de girar ainda mais.

Carnaval, primeiramente, é manifestação cultural e natural do nosso povo. As pessoas não precisam e não podem apenas trabalhar, precisam do seu lazer. Houve pessoas que se posicionaram a favor da proibição de foliões às ruas, como se estivéssemos vivendo um Estado centralizador, totalitário, ou seja, ditador.

Os erros existem para que possamos aprimorar. Esperamos ansiosamente que o Prefeito possa, da próxima vez, escutar a todos e contribuir, mesmo que não financeiramente, com a alegria dos nova-limenses.

Sempre Nova Lima

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