A economia de Macacos morreu. Fomentada no turismo e na gastronomia, o local amarga o medo das pessoas com a atual crise minerária por qual passa Minas Gerais e os municípios mineradores.
Além do receio da estrutura colapsar a qualquer momento, os moradores perderam seus empregos e quem conseguiu manter, convive com outro medo: o de ser dispensado a qualquer momento. Conversamos com uma moradora da região que nos explicou que a pousada onde trabalha, já precisou demitir.
Eles possuíam 16 estadias por mês, o que caiu para quatro, uma queda de 75%. Como se já não fosse suficiente a situação, empresários têm informado sobre o cancelamento maciço de novos clientes e precisam devolver o dinheiro previamente pago para garantir os quartos nestas pousadas.
“Ontem já recebi mensagens de hóspedes dizendo que estão com receio de vim. O pessoal cancela e fala que prefere se hospedar em outra data. Alguns influenciadores digitais vieram de cortesia para que pudessem mostrar que aqui não está tudo fechado. Se eu dependesse sou do recurso da pousada, eu não sobrevivo mais. Sou engenheiro e trabalho com isso”, explicou o dono da Pousada Aquarela, segundo o ‘Jornal O Tempo’.
“É 100% de cancelamento. Ninguém entende realmente o que está acontecendo. A minha pousada é o ponto mais alto, mas, se houver um rompimento, os funcionários da Vale falaram que eu estou a um quilômetro e meio de distância. A gente precisa de um retorno imediato dessa situação”, finalizou ele.
A Vale não apresentou nenhum plano econômico para preservar as perdas econômicas. Contudo, disponibiliza vouchers, seja de alimentação, seja de vestuários, para que as pessoas possam seguir os seus dias com um pouco mais de dignidade.
Nesta última quarta-feira, dia 27, as sirenes voltaram a tocar no distrito de Nova Lima depois que uma empresa de auditoria não atestou a estabilidade da barragem. Por isso, a Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou que o estado da estrutura subisse para o nível 3.