A mineradora Vale iniciou nesta segunda-feira, dia 5, o processo de remoção de rejeitos da estrutura da Barragem B3/B4 em Macacos, distrito de Nova Lima, na Região Metropolitana.
O processo é feito por equipamentos não tripulados e é extremamente sensível. Por isso, a mineradora aumentou a segurança da estrutura e retirou famílias da Zona de Autossalvamento (ZAS), zonas que podem ser atingidas.
A estrutura está em nível 3 de alerta para rompimento desde 2019. Há pelo menos oito meses, a barragem vem sendo desracaterizada, o que quer dizer que será reintegrada à natureza. Isso permitirá o retorno da comunidade.
Não há prazo para o término desse processo. Na etapa atual de intervenções, a remoção dos rejeitos é feita ao mesmo tempo da retirada parcial de uma pilha de estéril (material bruto que não serve à mineração) no local, de onde já foram retirados 350 mil m3 de material desde novembro de 2020.
Nas etapas iniciais de trabalho na Barragem B3/B4, foram feitas obras de drenagem para impedir o ingresso de água das chuvas no reservatório em obras. Um reforço da estrutura do maciço também foi erguido preventivamente com a colocação de pedras para ampliar a segurança.
Todas as intervenções são feitas à distância, por tratores, escavadeiras, caminhões e outras máquinas não tripuladas e comandadas de estações remotas em cabines onde os operadores assumem comandos em estações que simulam o maquinário real. Com isso, ninguém se expõe aos riscos do trabalho na área comprometida.
Segundo a Vale, as ações foram analisadas e aprovadas pelo auditor técnico do Ministério Público. “Todo um corpo de consultores externos foi contratado pela empresa para elaboração dos projetos. Representam o avanço do Programa de Descaracterização da empresa e o comprometimento com uma abordagem integralmente voltada à segurança das suas estruturas e das pessoas”, informa a mineradora.
Mesmo o trabalho de descaracterização envolve riscos de rompimento. Por isso, estruturas de contenção foram construídas a jusante das barragens da Vale em nível 3, que são a B3/B4, Sul Superior (Barão de Cocais) e Forquilha 3 (Ouro Preto). “As estruturas de contenção estão concluídas e têm capacidade para conter os rejeitos em um cenário em que haja essa necessidade. A da barragem B3/B4 tem 33 metros de altura e 221 metros de comprimento”, informa a Vale.
Ainda como parte do controle de riscos, as barragens seguem sendo monitoradas de forma permanente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG). Em caso de necessidade, as atividades serão suspensas para as avaliações.