O contágio por coronavírus tem sido crescente, principalmente em em Belo Horizonte, de acordo com levantamento feito pelo Jornal “O Tempo”. Segundo jornal, entre outubro e novembro houve uma elevação de 6,4 pontos percentuais no índice de pacientes com entre 20 e 39 anos infectados pelo vírus.
Os números ainda sugerem que a elevação vai continuar, aponta especialista ouvir pela reportagem. Em novembro, 1.162 novos foram confirmados. O balanço foi enviado pela prefeitura no dia 7 de dezembro.
Segundo avaliação do infectologista Estevão Urbano, os jovens se arriscam mais porque costumam ter uma falsa sensação de imunidade, o que, tem mudado em alguns, já que parte desse público percebeu os impactos do vírus – físico ou psicológico – e agora assume que falhou na adesão às regras sanitárias.
Ouvida pelo jornal, a coordenadora de Marketing Elisa Santana, de 35 anos, assume que foi a uma festa de casamento e compareceu a um evento de samba. “Depois de ter passado por isso, não tive coragem de ir a lugar externo. Foi um baque muito grande ter descoberto (o contágio)”, desabafa. Fortes enjoos, dores em todo o corpo e cansaço extremo foram os sintomas da infecção nela. “Nunca tinha sentido isso. Até água me causava enjoo”, conta. Agora, ela é testemunha da alienação de alguns: “Os jovens ficam achando que são imunes. Ouvi gente falando: tive, recuperei e não vou pegar de novo. Então, vou para o bar mesmo”.
Números em Nova Lima
Segundo o boletim epidemiológico municipal do último dia 9 deste mês, dos 5.634 casos confirmados, 2.573 eram de pessoas entre 20 e 39 anos. No dia 10 se novembro, eram de 1.708 casos para essa idade, representando um aumento de 50,6%.
Responsabilidade por contágio
Para o infectologista Estevão Urbano que também é integrante do comitê municipal de enfrentamento à Covid-19, o jovem precisa não somente derrubar o mito de que está isento de adoecimento grave. Também é necessário o compromisso de evitar se transformar em um agente de transmissão do vírus, levando a Covid até pessoas com maiores chances de adoecimento severo.
“Temos tratado alguns pacientes com faixa etária mais baixa que evoluem para casos graves. E pacientes sem comorbidades que evoluem até para óbito. É uma roleta-russa, não dá pra saber quem vai evoluir bem e quem vai mal”, explica o especialista.
A responsabilidade social é levantada por Urbano para alertar sobre a gravidade da situação. “Estamos vendo os jovens morrer talvez mais do que a primeira fase em junho. O jovem tem responsabilidades com ele mesmo e com a sociedade. Esse aumento acontece porque eles têm a falsa sensação de que estão protegidos”, avalia.
Medidas restritivas
Para tentar barrar o avanço da doença, os dois municípios estabeleceram novas regras para funcionamento do comércio, bares e casas de show. Eventos foram novamente proibidos para evitar aglomerações e bares foram proibidos de vender bebida alcoólica pra ser consumida no local. O receio da comunidade médica, são as famosas “clandestinas”, festas realizadas com grande proporção de pessoas sem pedido de autorização prévia dos órgãos responsáveis pela liberação.
*Com informações do Jornal O Tempo*