Os motoristas da empresa Saritur em Nova Lima apontaram para demissão de um profissional indicado como líder da manifestação pela companhia.
Segundo um outro profissional que pediu sigilo de sua identidade, o motorista que não teve o nome divulgado foi chamado ao escritório da empresa aqui na cidade e entregue a ele uma recisão de contrato por justa causa, sendo nesse caso uma recisão em que boa parte dos possíveis benefícios não seriam entregues ao condutor como acesso ao FGTS e também o seguro desemprego.
Ao ler o termo da recisão, o funcionário não concordou e negou assinar e tentou fotografar o documento para ser entregue ao seu advogado e foi retalhado. Por se negar a assinar, ele foi orientado a ir até a sede da empresa em BH, no próximo dia 18 para tentar um acordo.
Ainda de acordo com a fonte, após a paralisação na última terça-feira, dia 8, que cobrava melhores condições de trabalho, a empresa não buscou a classe para tratar das demandas e enxerga na atitude uma “retaliação aos grevistas” e que muitos tem “brigado para sobreviver”, já que os salários estão sendo parcelados e o ticket refeição por exemplo caiu em mais de 50% do valor.
Justiça do Trabalho
A Justiça do Trabalho, através da Comarca em Nova Lima, foi interpelada pela empresa na última terça e deferiu em regime de urgência, regras para que os grevistas continuem o movimento.
O juiz não impedia a organização do movimento, mas determina distanciamento mínimo de 100 metros da garagem da empresa e fixou multa de R$ 1.000 a R$ 3.000 em caso de descumprimento.
No mesmo dia funcionários recuaram e desistiram da greve temendo retaliação inclusive da justiça já que a empresa apresentou o nome de oito motoristas ao interpelar o pedido no tribunal.
Entramos em contato com a Saritur em Nova Lima que negou retaliação aos funcionários e também desmentiu a demissão. Segundo a funcionária, a empresa tem circulado normalmente com os horários [de pandemia].