A Síndrome Mão-Pé-Boca (SMPB), uma virose que se propaga com facilidade, tem se espalhado rapidamente pela Região Metropolitana de Belo Horizonte, afetando principalmente crianças. A doença provoca erupções dolorosas na pele e exige medidas de controle para evitar sua disseminação.
Em Raposos, 70 casos foram registrados entre alunos da educação infantil da rede municipal desde a sexta-feira da semana passada, dia 28, o que representa cerca de 5% dos estudantes. Diante da situação, as aulas nas quatro escolas de educação infantil foram suspensas e só serão retomadas na próxima segunda-feira, dia 10. Enquanto isso, os ambientes passarão por um processo de desinfecção para eliminar o vírus e conter novos casos.
O aumento da doença também impactou Contagem, onde 26 crianças — o equivalente a 0,16% do público da educação infantil — foram diagnosticadas com SMPB. Como medida preventiva, duas escolas foram fechadas no fim da semana passada, antes do Carnaval.
Em Nova Lima, conforme levantamento do MG1, foram registrados sete casos da doença. Em Lagoa Santa, o número chegou a 11, enquanto Betim contabilizou seis ocorrências.
Já em Belo Horizonte, não há registros de casos isolados, apenas de surtos, que são monitorados pelos Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs). Segundo a Secretaria de Saúde, um surto é caracterizado quando há dois ou mais casos relacionados em um mesmo local ou instituição. Até o momento, em 2025, a capital mineira já registrou quatro surtos da doença.
Síndrome Mão-Pé-Boca: o que é?
A Síndrome Mão-Pé-Boca é uma doença viral altamente contagiosa, caracterizada por lesões na boca, mãos e pés. Embora seja mais comum em crianças, também pode afetar adolescentes e adultos. Apesar de não ser considerada grave, sua alta transmissibilidade faz com que se espalhe rapidamente em ambientes como escolas e creches.
A transmissão ocorre pelo contato direto com pessoas infectadas ou com suas secreções, como saliva e fezes, além do contato com alimentos e objetos contaminados pelo vírus.
Os principais sintomas incluem febre, erupções maculopapulares ou papulovesiculares em mãos, pés e nádegas, além de úlceras na mucosa oral e ao redor da boca. Em alguns casos, as erupções podem progredir para lesões bolhosas, amplamente distribuídas pelo corpo.
Também podem estar presentes mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia. A complicação mais comum é a desidratação secundária à dificuldade de ingestão pela existência de lesões aftosas em cavidade oral.
Segundo informações do Ministério da Saúde, o tratamento é sintomático, com analgésicos e antitérmicos, até mesmo para os casos graves da doença. Porém, caso as feridas na boca dificultem a deglutição de líquidos, pode ser necessária a realização de hidratação parenteral. É recomendado que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem.