Nesta segunda-feira, dia 22, o pedido de prisão preventiva de Lorena Marcondes, feito pelo Ministério Público (MPMG), foi indeferido pela Justiça. Segundo o Tribunal de Justiça, ela deve ser solta a qualquer momento. Lorena, presa em Nova Lima, está detida desde o dia 22 de março.
A juíza da 3ª Vara Criminal da Comarca de Divinópolis, Marcilene da Conceição, tomou a decisão. Ela impôs uma multa de R$ 40 mil por quatro ocasiões em que a biomédica descumpriu medidas cautelares e fez publicações nas redes sociais. No entanto, a juíza considerou que a prisão preventiva seria uma “medida desarrazoada, desproporcional e mais gravosa que a própria prestação jurisdicional em sentença”.
Lorena foi também proibida de acessar redes sociais e aplicativos de mensagens, com o monitoramento do Ministério Público para assegurar o cumprimento da ordem. A juíza ressaltou que qualquer violação adicional das medidas resultará em prisão.
O caso
Lorena Marcondes, biomédica de 34 anos, foi presa pela Polícia Civil após ser indiciada por homicídio de uma cliente durante um procedimento de lipoaspiração em uma clínica de Divinópolis.
A prisão ocorreu no dia 22 de março, em um condomínio em Nova Lima. A vítima, uma cliente de 46 anos, faleceu durante o procedimento realizado em maio do ano passado, o qual lhe foi oferecido na promoção.
Segundo informações da Polícia Civil, o marido da paciente relatou que ela foi informada de que o procedimento de lipoaspiração custava R$ 18 mil. Entretanto, a cirurgia acabou sendo realizada por um valor promocional de R$ 12 mil, com encaixe rápido e sem avaliação do risco cirúrgico.
Durante a cirurgia, a mulher sofreu parada cardiorrespiratória e foi socorrida pelo Serviço Móvel de Urgência (SAMU), mas não resistiu. Após sua morte, investigadores e peritos compareceram à clínica e encontraram irregularidades, resultando na autuação em flagrante da biomédica e de uma técnica de enfermagem.
O inquérito concluiu que a cliente faleceu devido a intoxicação por excesso de anestésicos, hemorragia, parada cardiorrespiratória e aspiração, resultando em lesão pulmonar.
As investigações revelaram irregularidades na clínica, incluindo a falta de equipamentos de suporte e a ocultação de itens utilizados nos procedimentos.
A Polícia Civil ouviu mais de 20 pessoas e coletou evidências de que a biomédica assumiu o risco de causar a morte da vítima ao realizar o procedimento sem habilitação e em um local inadequado. Além disso, outros três funcionários da clínica também foram indiciados.