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Nesta terça-feira, dia 17, a Vale lançou uma nova empresa chamada Agera, dedicada à comercialização e distribuição de sua “areia sustentável”, que é derivada de rejeitos do minério de ferro produzidos em Minas Gerais.

A previsão para este ano é vender um milhão de toneladas e alcançar um faturamento de R$ 18 milhões. Para o próximo ano, a empresa projeta vendas de 2,1 milhões de toneladas. Embora esse volume seja pequeno em comparação com as 47 milhões de toneladas de rejeitos produzidos pela Vale em 2022, a expectativa é expandir a produção nos anos seguintes.

A nova empresa, originalmente chamada Co-Log e sediada em Nova Lima, foi estabelecida cerca de um ano atrás. Atualmente, ela atende mais de 80 unidades fabris de sete segmentos e está investindo em pesquisa para ampliar os usos do produto.

A “areia sustentável” da Vale começou a ser produzida em 2021 na mina de Brucutu, São Gonçalo do Rio Abaixo, após sete anos de pesquisa. Até agora, cerca de 900 mil toneladas do produto foram utilizadas na construção civil e pavimentação rodoviária. A produção da Agera começou em pequena escala na mina de Viga, Congonhas, no ano passado, e nos próximos meses, ela planeja iniciar a produção na mina de Cauê, Itabira.

“Estamos estruturados para acelerar o desenvolvimento de produtos e materiais sustentáveis, atendendo às especificidades que o mercado exige. Além disso, nossas soluções logísticas permitem uma eficiência de ponta a ponta para garantir a agilidade no fornecimento da areia sustentável”, conta Fábio Cerqueira, CEO da Agera.

A Agera possui sete pontos de atendimento ao cliente e estoque em Minas Gerais e no Espírito Santo. Ela mantém contratos com sete transportadoras rodoviárias e três fornecedores de frete ferroviário para suas operações logísticas. Segundo a Vale, cerca de 330 milhões de toneladas de areia são usadas anualmente na construção civil em processos industriais no Brasil, e a extração de areia natural de leitos de rios muitas vezes excede a taxa de reposição natural.

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Destinação dos rejeitos

Menos de 30% da produção da Vale utiliza o processamento a úmido de minério de ferro, que gera rejeitos compostos principalmente por sílica, o principal componente da areia, e óxidos de ferro. Esses rejeitos são não tóxicos e passam apenas por processos físicos durante seu tratamento.

Desde 2014, a Vale investe em pesquisas para reaproveitar a areia gerada no processamento de minério de ferro, com o objetivo de reduzir a geração de rejeitos. Essa “areia sustentável” possui alto teor de sílica, baixo teor de ferro e apresenta alta uniformidade química e granulométrica.

Em 2022, um estudo realizado pela Universidade de Queensland e Universidade de Genebra, confirmou que a “areia sustentável” proveniente da produção de minério pode ajudar a combater a extração predatória de areia e reduzir a geração de rejeitos de mineração. Além de fornecer amostras da sua “areia sustentável”, a Vale doou US$ 1 milhão em apoio ao trabalho dos pesquisadores.

No ano passado, a Vale inaugurou a primeira estrada do Brasil com “areia sustentável” nas quatro camadas do pavimento. Testes de laboratório mostram um aumento de 50% na vida útil do pavimento e uma redução de custos de 20% em comparação com materiais convencionais. Cada quilômetro de pavimento pode utilizar até 7 mil toneladas de rejeitos. Os testes estão sendo realizados em uma estrada de 425 metros em Itabira, monitorada com 96 sensores até o próximo ano. A pesquisa é uma colaboração entre a Universidade Federal de Itajubá (campus Itabira) e a Coppe-UFRJ.

Ainda em Minas Gerais, a Vale opera a Fábrica de Blocos do Pico, uma planta industrial que utiliza rejeitos da mineração como matéria-prima para produtos de construção civil. Localizada na Mina do Pico, em Itabirito, a fábrica tem uma capacidade de produção de 3,8 milhões de produtos pré-moldados. Nos primeiros dois anos, a fábrica focou em pesquisa e desenvolvimento em parceria com o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) para criar produtos pré-moldados de larga aplicação na indústria da construção civil, como pisos intertravados, blocos de alvenaria e vedação.

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