A empresa de viagens 123 Milhas surpreendeu a todos depois que anunciou que iria cancelar vários pacotes comprados através de uma promoção chamada “Promo”, que concedia datas flexíveis de viagem a partir de setembro de 2023. De acordo com a empresa, “a decisão deve-se à persistência de fatores econômicos e de mercado adversos, entre eles, a alta pressão da demanda por voos, que mantém elevadas as tarifas mesmo em baixa temporada, e a taxa de juros elevada”.
Com isso a empresa decidiu liberar vouchers para que os clientes pudessem fazer compras no site utilizando dos valores que já havia pago. Contudo, a situação gerou revolta e muitos processos. Em Minas Gerais, em apenas cinco dias, mais de 180 processos – no total 186 – foram abertos contra a 123 Milhas e denunciam cancelamento de voo, práticas abusivas, irregularidade no atendimento e pedidos de indenização por dano moral.
Destes, 110 estão em Belo Horizonte. Mas há processos abertos na comarca de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além da nossa comarca, as cidades de Contagem, Uberlândia, Uberaba, Lavras e Varginha, também registram processos abertos.
Em alguns casos já há definições: O juiz Napoleão Rocha Lage, da comarca de Belo Horizonte, determinou nesta terça-feira (22) a emissão de quatro passagens aéreas compradas por uma família, no valor total de R$ 4.396, com origem em Belo Horizonte e destino a Orlando, nos Estados Unidos, sob pena de multa no valor de R$ 10 mil.
O mesmo magistrado deferiu parcialmente outro pedido. Os autores tinham adquirido passagens aéreas partindo de BH com destino a Amsterdã, na Holanda, por R$ 5.984, com previsão de embarque em setembro. Com a notícia de suspensão dos pacotes, eles acabaram comprando novos bilhetes. Nesse caso, os autores pediram a restituição do valor contratado e também dos gastos com as novas passagens. O juiz, no entanto, determinou apenas o bloqueio de R$ 5.984 da empresa.