O vereador Silvânio Aguiar, do PSD, solicitou nesta sexta-feira, dia 14, a instalação de uma Comissão Processante de Inquérito (CPI) para averiguar possível excesso de minério na região de Honório Bicalho e Santa Rita.
De acordo com o parlamentar, as pessoas têm percebido alto nível de rejeito que ele acredita que seja da mineração. Várias pessoas falaram desta possibilidade ao ajudar na limpeza das casas.
“ O que a gente percebe é uma lama muito carregada de rejeito de minério e de coisas que vêm da mineração. Não acredito que toda essa enchente que aconteceu foi única e exclusivamente por causa da chuva. Acho que as mineradoras têm responsabilidade nessa lama que encheu as casas, tanto de Santa Rita, como em Bicalho”, aponta Silvânio.
Aguiar apontou também que o trabalho da CPI deve “buscar resposta de onde veio isso tudo [água e lama] e “caso necessário possa responsabilizar as pessoas que são culpadas por isso”.
Nos últimos dias, moradores e colaboradores para reestruturação dos locais atingidos têm reclamado da lama densa e com sinais, de acordo com populares, sendo “diferente das outras vezes, mais difícil de limpar e com coloração e estranha”. Além disso, eles apontam para coceira após contato com a pele.
Problemas em barragens
A BR-040 foi afetada na manhã do último sábado, dia 8, quando um dique da Mina de Pau Branco, de responsabilidade da Vallourec, se rompeu e levou lama e galhos arrastados para a estrada, que ficou fechada, inclusive no sentido Rio de Janeiro por mais de 43 horas. Uma pessoa que passava na hora ficou ferida. Carros foram arrastados pela água.
Em São Sebastião de Águas Claras (Macacos), distrito da Regional Noroeste, também pelo excesso de chuva, um dique da Mina de Mar Azul, da Vale, foi atingido por uma correnteza que deixou o povoado ilhado durante a semana. A enxurrada tomou conta da pista próximo a um bar, interrompendo o trânsito no local que é um dos acessos ao distrito.
A mineradora afirmou que houve queda de encostas com o nível da chuva, o que gerou o lamaçal.
Um muro gigante construído pela Vale em Macacos para caso haja rompimento no Complexo de Mar Azul, foi motivo de angústia durante os fortes temporais na semana passada e intensificados no fim de semana. A água ficou retida no paredão e invadiu a estrada de acesso pela condomínio Jardim de Petrópolis. Nenhuma anormalidade foi apontada pela empresa.
A comunidade está sem água potável. A Copasa afirma estar distribuindo água com caminhão pipa, mas a comunidade alega incapacidade de abastecimento. A Prefeitura também tem disponibilizado água para os moradores. O fornecimento deve ser restabelecido no próximo domingo, dia 16, de acordo com a companhia de saneamento.