Foto: Bruna Aun

Do Diário do Comércio

A declaração de situação crítica de escassez hídrica no rio das Velhas por parte do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), e a consequente restrição na captação de água no trecho entre Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e Presidente Juscelino, região Central, não deve afetar o abastecimento de importantes cidades do Estado. Por outro lado, podem prejudicar o funcionamento de indústrias e empresas que fazem sua própria captação.

É que com a portaria, assinada pelo diretor-geral do Igam, Marcelo da Fonseca, cuja validade vai até 1º de novembro, todas as captações de água na bacia passam a ter restrições de uso, inclusive para uso industrial.

Há, por exemplo, redução de 20% do volume diário outorgado para as captações de água para a finalidade de consumo humano, dessedentação animal ou abastecimento público; de 25% para a finalidade de irrigação; de 30% para consumo industrial e agroindustrial; e de 50% para as demais finalidades, exceto usos não consuntivos.

“No caso da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), de fato, houve um esforço antecipado de forma conjunta com o próprio Igam, o Comitê do Rio das Velhas e usuários, de maneira a reduzir a captação. Por isso, na prática, não haverá mudanças nem impactos no abastecimento. Já em relação às empresas com captação própria, a medida já começou a valer, já comunicamos as entidades responsáveis para orientação aos associados da importância da redução e, em breve, iniciaremos a fiscalização”, explicou Fonseca.

A portaria é uma das cinco até então editadas pelo governo mineiro como uma das medidas para minimizar os impactos da escassez hídrica no Estado. Além do rio das Velhas, a captação também está limitada na região Noroeste, em parte da região Leste, na cidade de Uberaba, no Triângulo, e na estação fluviométrica de São Pedro do Suaçuí.

O diretor-geral do Igam destacou em coletiva de imprensa que, embora diversos órgãos federais tenham alertado para os recordes históricos em 91 anos de seca no País, o volume pluviométrico de Minas Gerais, mesmo em patamares também baixos, não chega a tantas décadas. Ele não soube precisar há quanto tempo chovia tão pouco em Minas, mas ressaltou que a predominância em todas regiões do Estado têm ficado abaixo do esperado.

“De 2020 para cá, somente em outubro passado e fevereiro deste ano tivemos um volume de chuva acima do esperado. Isso ocasionou a situação hídrica que vivemos no Estado e medidas estão sendo adotadas como forma de amenizar esses impactos”, comentou.

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