Em uma matéria veiculada no Jornal O Tempo, especialistas levantaram dúvidas sobre os números divulgados em vários municípios mineiros. Um destes municípios é Nova Lima, onde são 324 casos confirmados, segundo boletim da Prefeitura desta última quinta-feira, dia 18.
A grande dúvida é que os casos dispararam mas o número de mortes é muito baixo. Raposos, por exemplo, tem menos de 25 casos confirmados e já registrou duas mortes.
Segundo manifestação do Secretário de Saúde, José Roberto Machado, ao jornal que fez a matéria, a condição sócio-econômica da cidade é um dos fatores para a grande testagem e as poucas mortes.
“Mais de 70% dos casos positivos são de pessoas que confirmaram em laboratórios particulares”, afirmou.
Ainda segundo José Roberto, não há possibilidade de subnotificação na cidade: “O hospital é obrigado a fazer a coleta da amostra em 100% dos casos”. Ele afirmou, ainda, que pessoas mesmo com sintomas leves em Nova Lima estão sendo testadas para Covid-19.
O professor Luiz Henrique Duczmal, do Departamento de Estatística da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cobra que as cidades sejam transparentes ao notificar os casos. Minas enfrenta seu pior momento sobre a pandemia e Belo Horizonte já está com as UTIs quase na capacidade máxima.
Pesquisadores afirmam que o vírus é o mesmo em todos os locais e acham no mínimo estranho que em alguns locais ele seja mais letal do que em outros: “A doença é igual em todos os lugares. Essa diferença pode ser questão de testes mesmo. Talvez o sistema de vigilância de alguns municípios seja mais fraco, e a cobrança, menor. Trata-se mais de processo do que de perfil populacional”, aponta a infectologista Helena Duani, professora da UFMG.