O Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM) Vale para a mina de Águas Claras, entre Nova Lima e Belo Horizonte, localizada na Serra do Curral, mostra potencialidade do rejeito em atingir o centro de Nova Lima. O documento foi divulgado pela TV Record.

O PAEBM é uma obrigatoriedade da mineradora e consiste em estar identificadas as situações de emergência que possam pôr em risco a integridade da barragem assim como são estabelecidas as ações necessárias nesses casos, além de serem definidos os agentes a serem notificados de tais ocorrências. O objetivo deste importante documento é evitar ou minimizar danos com perdas de vida, às propriedades e às comunidades a jusante no caso de um eventual sinistro.

Cenários hipotéticos são levantados, bem como a potencialidade cujo qual o rejeito pode atingir. Este documento fica disponível para a Prefeitura de Nova Lima, bem como para a Defesa Civil da cidade e, também, para o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) por meio digital. 

Documento da Agência Nacional de Mineração (ANM), onde contém todas as barragens existentes no país, mostra que a Barragem 8B possui 98,635 mil metros cúbicos de rejeito e a 7B, que fica a um quilômetro desta última, possui 79,431 mil metros cúbicos, onde somadas chegam a 172,066 mil metros cúbicos.

Projeções feitas pelo Google Earth, serviço tridimensional do globo terrestre da empresa americana de tecnologia Alphabet, mostram que a duas barragens estão a apenas 5 quilômetros do centro de Nova Lima.

Logo atrás destas duas barragens, uma cava da Mina de Águas Claras tem se transformado num lago imenso e atrás desta estrutura está Belo Horizonte.



Todas as duas estruturas (8B e 7B) foram construídas no método de alteamento a montante, considerado mais frágil. Inclusive, as barragens de Mariana e Brumadinho, que possuíam mais rejeitos (Mariana, por exemplo, possuía algo em torno de 62 milhões de metros cúbicos), também foram construídas neste método.

Segundo a ANM, em documento divulgado em janeiro de 2019, as duas estruturas de Nova Lima possuem risco “baixo”, porém “alto” potencial de dano. A barragem de Brumadinho também possuía risco baixo. (Leia)

A Vale já informou que vai descomissionar estas barragens e que vai investir R$5 bilhões de reais em três anos para que tais estruturas sejam reintegradas ao meio ambiente. Contudo, para descomissionar, a mineradora vai paralisar a produção mineral em Nova Lima e demais regiões, o que poderá impactar na arrecadação da cidade.

O Sempre Nova Lima noticiou, nesta última quarta-feira, dia 13, que barragens em Nova Lima possuem cinco vezes mais chances de rompimento do que a que ruiu em Brumadinho e deixou pelo menos 165 mortes e 155 desaparecidos, até a noite desta última quarta. (Leia)

O cenário da Vale, que consta no PAEBM, é hipotético. Contudo, não deixa de ser uma possibilidade caso o rompimento aconteça. Vereadores de Nova Lima querem uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a situação e, com isso, pedir mais celeridade no descomissionamento de estruturas que podem afetar os nova-limenses. (Leia)

Acesse o Google Earth na latitude e longitude das estruturas

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