Foto: Veja

Em qualquer sociedade dotada das maiores premissas democráticas, se um Chefe de Estado recebesse na sua residência oficial um dos maiores empresários de sua nação, investigado e corrupto, este teria renunciado ao seu mandato para não prejudicar o seu país.

Contudo, estamos no Brasil. Os crimes que Michel Temer cometeu, são de primeira ordem, absurdos. Prevaricação, corrupção passiva, obstrução à justiça e organização criminosa. Mesmo que mantenha a sua base aliada em movimento no Parlamento – o que é improvável -, Michel não reúne condições morais de comandar a nossa nação.

No momento em que a economia dava sinais de que o pior já passou, o Presidente da República é pego em conversas nada amistosas com um empresário que responde na Justiça por compra de políticos. Todo esforço empreendido pelo mesmo e por sua equipe econômica, foram atirados ao lixo, sem a menor preocupação com aquele atirado ao desemprego e que clama pela normalidade institucional, política e econômica, para retornar ao mercado de trabalho.

A permanência de Temer nos isola do mundo, da geopolítica, do protagonismo que nunca nos foi peculiar, mas que adquirimos nos últimos anos. Recentemente, antes do escândalo político, a China lançou o “Evento do Século”, onde promete investir bilhares e bilhares de dólares para destravar os investimentos mundiais e em seu país. Os chineses, como nunca fizeram, preteriram o peemedebista, fruto do impeachment que não desceu aos líderes dos Brics.

Agora, o mundo nos olha atordoado, diante de mais um caso de corrupção que atinge o coração do establishment brasileiro. O Brasil, que respirava por aparelhos, agora agoniza. A normalidade democrática está ameaçada e o sentido real da Constituição não será mais o mesmo depois das gravações divulgadas pelo Supremo Tribunal Federal através de Joesley Batista, dono de uma das maiores empresas do nosso país.

Com Temer não haverá paz e muito menos confiança. A economia voltará ao processo recessivo, penalizando a quem menos precisa penalizar. Criando penúrias a quem não merece. 

Precisamos que todos os setores do campo democrático, respeitando as premissas do Estado de Direito, permaneçam a postos, em luta, contra a corrupção institucionalizada. Que se convoquem novas eleições e que o presidente renuncie a uma cadeira que não lhe cabe mais. Presidente sem moral não governa, não toma medidas. Apenas perturba a ordem civil. 

Portanto, o Sempre Nova Lima, que prometeu adotar um jornalismo plural e responsável, não se escondendo de divulgar sua opinião diante das nossas mazelas, grita, através do escrito acima: renuncie já, Temer!

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