Na foto o presidente americano Donald Trump; o líder do Brexit, Nigel Farage; e a bandeira do Estado Islâmico


O brasileiro tem a característica de não se inteirar da política nacional. Não é difícil escutar alguém falando que “política é chato” ou algo deste tipo. Não acompanhar e não ler sobre a política, é um dos grandes erros. Até porque, para um discernimento mais aprimorado, é necessário ler, também, sobre outros temas intrinsecamente ligados à política, o que também é um grande ganho em conhecimento.

Se o brasileiro não busca o entendimento sobre a política nacional, quem dirá da geopolítica e da realidade mundial. O mundo está hostil e difícil de entender. Por isso, saiba alguns fatos que estão chacoalhando a política externa.

Estado Islâmico e o terrorismo

Não há como falar das adversidades do mundo sem falar no grupo terrorista Estado Islâmico. Os jihadistas mudaram toda a nossa visão de como era o terrorismo. Mais organizados e maldosos em seus ataques, eles vêm mudando a cara do mundo, fazendo candidatos discursarem sobre como vão fechar suas fronteiras e se proteger das ameaças.

Quem não se lembra do ataque à Paris? Quem não se lembra de vídeos divulgados na web massacrando pessoas contrárias às suas ideologias? Tais ações culminam no grande objetivo: o terror. E o terror, o medo em si, nos remetem ao nosso pior dentro de nós mesmos. Deixamos de ser solidários e passamos a buscar no fundo sentimentos nacionalistas e xenófobos. 

O terrorismo, no entanto, não se molda apenas no EI. Grupos terroristas assolam países da África Ocidental, como o Boko Haram. 

Guerra Civil na Síria

Por volta de março de 2011 o mundo observava a Primavera Árabe. O que parecia um movimento popular contra governos totalitários, na verdade virou um massacre na Síria. Mais de 400 mil pessoas mortas, imagens de crianças em estados deploráveis e muita fuga para a Europa e outros países, como o Brasil. O movimento imigratório potencializou o discurso reacionário da direita populista no Reino Unido, França, Holanda e também de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos.

O governo de Bashar al-Assad, um médico, político e presidente da Síria, enfrentou com força os rebeldes nas ruas de seu país, gerando massacres violentos e até suspeitas de uso de armas químicas. Acabou que o enfrentamento tomou grandes proporções e grupos de religiões diferentes começaram a se enfrentar, também.

Inclusive, os ânimos entre sunitas e xiitas também se alteraram, aumentando o poder de destruição. O governo de Barack Obama, ex-presidente americano, foi acusado de municiar os rebeldes contra al-Assad. A Rússia, que entrou na guerra civil ao lado do governo sírio, bombardeou cidades, destruindo-as quase por inteiro. Os russos alegavam que a luta era contra o Estado Islâmico. A OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte) acusava-os de contribuir com o governo de Bashar al-Assad contra os rebeldes.

Rússia quer avançar sobre Países Bálticos

Países Bálticos precisaram da ajuda militar da Europa e OTAN, o que inclui os Estados Unidos, para cessar uma possível investida russa na região. Alemanha, França, Espanha, Itália e EUA, são os mais ativos e já até posicionaram militares e armamento bélico no local. 

Contudo, a eleição de Trump é um enfraquecimento nocivo ao acordo da OTAN. Inclusive, o presidente norte-americano promete retomar relações bilaterais com a Rússia e seu presidente, o polêmico Vladimir Putin. Com isso e sem o principal apoiador da organização militar, os Países Bálticos voltam a sofrer pressão russa, apesar de caças militares espanhóis e de outros países continuarem a exercer força na região.

A Rússia, inclusive, sofreu sanções da Europa e dos EUA depois que invadiu a Crimeia e com a ajuda de separatistas pró-russos pressionou as autoridades por um referendo para separação da região da Ucrânia, anexando-a à Rússia. O referendo foi tratado como ilegal pelas Nações Unidas. 

Atualmente o local é considerado da Ucrânia e invadido pelos russos.

Crise econômica atinge países emergentes

Não só o Brasil sofreu com problemas com o fim do super ciclo das commodities. Rússia, Venezuela, África do Sul, México e entre outros, todos vivem problemas com a desvalorização da sua moeda. Já a China, que vinha crescendo a taxas de 10% ao ano, perdeu dinamismo e hoje está encostada no crescimento de 6,5% ao ano.

Vitória do Brexit (Britain e exit – saída dos britânicos)

Em mais um movimento nacionalista, os britânicos votaram em um referendo e aprovaram a saída do Reino Unido da União Européia. Logo após a eleição os mercados entraram em pânico e o movimento de consolidação da direita populista na Europa estava confirmado.

Na pauta dos discursos daqueles que defendiam a saída do bloco, estava maior controle sobre as fronteiras. O medo real, contudo irracional do terrorismo, nos remete a um passado de governos centralizadores.

O medo dos especialistas é que o Reino Unido se feche e encerre, por exemplo, a livre movimentação de europeus no país. Não é só: o crescimento exacerbado do nacionalismo e da xenofobia, algumas das características de um mundo que ninguém quer mais.

Crescimento da direita populista

A direita populista ganhou campo com o terrorismo. Na pauta o mesmo discurso do Brexit: maior controle sobre as fronteiras. Populismo é um termo amplo na literatura política, mas, pode ser identificado por aquele líder que diz o que as pessoas querem ouvir. E no âmbito do medo do terrorismo, cresce o populismo xenófobo e nacionalista.

A vitória do Brexit reforçou o movimento. Marine Le Pen, principal força da direita populista na França, é uma delas. Nas eleições deste ano, onde o atual presidente François Hollande  – um socialista que possui as menores taxas de aprovação depois de repetidos ataques terroristas – não participará. Ela afirmou que se triunfar, vai pedir um referendo para aprovar o “Frexit”, ou seja, a saída francesa da União Européia.

O mesmo poderá acontecer na Holanda e na Alemanha. A extrema-direita alemã também tem encampando tal discurso. E com isso, o mundo assiste a uma nova direita, perigosa e ainda obsoleta, que com seus ares populistas, mas radicais, quer defender seus Estados e a integridade física da sua pátria, se fechando para o mundo.

Vitória e posse de Donald Trump

Desacreditado, Trump enfrentaria Hillary Clinton na corrida pela Casa Branca. Aconteceu o improvável: venceu. Apesar de não ser nos votos populares, Trump venceu no voto dos delegados e acabou levando a disputa.

Contudo, em toda a campanha, a mesma retórica: fechar as fronteiras; todos os nossos problemas são causados pelos imigrantes; precisamos nos fechar para nos proteger. Discurso fascista e perigoso. Não é só: Trump foi misógino, racista e machista durante toda a campanha.

No discurso de posse, falas contra o establishment – classe política -, refutação à globalização, nacionalismo à flor da pele e ataques contra o meio ambiente. 

Primeiros dias de governo, vieram aprovações de construções que degradam o meio ambiente e muda a vida das pessoas; construção de um muro entre os EUA e o México, como se os imigrantes mexicanos fossem os culpados por tudo; total fechamento do país para muçulmanos, na tentativa de enfrentar o terrorismo, o que só serve para aumentar a tensão com o mundo árabe; fechamento da economia americana.

Mercados otimistas, sociólogos preocupados. Donald encampa um discurso não produtivo e que fará o mundo enfrentar novos desafios nos próximos anos. O que os Estados Unidos, em particularidade enfrenta, são protestos massivos contra o presidente. O que vai acontecer? Só os próximos capítulos vão dizer!

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