O presidente do PDT em Nova Lima, Epaminondas Bittencourt Neto, que é ex-secretário de Administração e Comunicação do município, falou com o Jornal Sempre Nova Lima sobre a pandemia de Coronavírus que gera a mais forte crise em saúde pública desde a gripe espanhola (talvez) e a maior crise econômica desde 1930, quando o mundo passava pelo “crash da Wall Street“.
Ele lembrou que “agente econômico precisa de incentivo econômico para atender a sua própria saúde e a dos outros” quando lembrou da pressão do comércio em todo o país contra a quarentena, ordem do Ministério da Saúde e de muitos especialistas para tornar menos violenta o crescimento da curva de infecção pelo novo Coronavírus.
Lembrou de uma fala do ex-ministro e ex-deputado Ciro Gomes, líder do seu partido, onde o mesmo critica o presidente e ainda pediu que “os líderes políticos suspendam todos os pagamentos, tributos, contas a pagar de expressiva parcela da população, incluindo o comércio local e dizer para o governo estadual que tarifas de água e luz não têm como ser pagas”, como resposta à crise. Veja:
- Como está organizado o PDT e particularmente em Nova Lima?
O Partido foi fundado por líderes históricos da esquerda brasileira no exílio imposto pela ditadura militar que foi resultado do golpe sobre o governo João Goulart em 1964. Leonel Brizola, Darci Ribeiro, dentre outros têm uma trajetória diferenciada na política brasileira. Já em 1982 na primeira eleição o partido elegeu Brizola governador, dois senadores e vinte e quatro deputados federais. Hoje o partido está organizado em todo o país, tem presença em todos os grandes movimentos sociais organizados, um programa partidário e parlamentares espalhados por todo o território. Em Nova Lima está constituído com destaque na sociedade.
- Como o Partido está lidando com a crise do Coronavírus?
O PDT ao lado de todos os partidos da esquerda brasileira soltou uma nota pública cobrando dos bancos e instituições financeiras uma postura mais ética perante a realidade do país. Inadmissível aumentar os juros em meio a pandemia quando micro empresários, pessoas físicas se dirigem aos bancos para buscarem financiamento seja para manter suas empresas ou rolar dívidas em meio a maior recessão desde a década perdida de oitenta. A crise atual não é financeira como em 2008, mas de crédito. Em 2008 o mundo salvou as instituições financeiras devido a própria irresponsabilidade das instituições financeiras. Segundo, o Ciro Gomes expressou claro: “temos um irresponsável na Presidência da República incitando a população contra as instituições”. Mais, contra a ciência e a saúde humana. Todos os povos precisam e têm líderes nos momentos mais difíceis porque passam e passaram. Roosevelt contra todos e uma economia destruída pela crise de 1929 usou o “Estado norte americano para levantar a economia e o moral do povo”. Churchill usou o lema “só temos suor e lágrimas” para reconstruir a Inglaterra em tempo recorde contra a ameaça nazista. Fidel Castro sintetizou “o pátria ou morte” para resistir à frente da população à invasão do seu país pelos norte americanos em 1962. Vo Giap utilizou “o vitória a qualquer custo” para seguir com os vietnamitas e derrotar a invasão pelos norte-americanos do seu país por uma década.
Podemos citar outros tantos como na heroica resistência russa contra o nazismo. Hoje o invasor é o vírus, o atual presidente divide o país. Como o Brizola falou na década de 80 se referindo a um presidente brasileiro na época: “largou o povo brasileiro no deserto e foi embora”. O país precisa dos médicos, dos profissionais de saúde, da saúde pública como instituição sendo que do próprio SUS foram retirados R$9 bilhões. Negaram a importância da crise todo o período que a antecede e durante sua evolução. O ministro da Economia faz o discurso contrapondo “estado x mercado” de modo subliminar. Falam de austeridade, da dívida pública, editaram uma medida provisória propondo quatro meses de suspensão de salários, estabelecem um contraponto entre a saúde e a crise econômica, convocam as pessoas para atos públicos contrariando a medicina, falsificaram o discurso da Organização Mundial de Saúde, liberam R$600,00 para os mais vulneráveis aprovado pelo Congresso, quando o governo propôs R$200,00.
Tudo no segundo país mais desigual do mundo com 14 milhões de desempregados, sem investimentos e com uma população de miseráveis que cresce a cada dia. Olha ao redor do mundo o que os governos estão fazendo. Onde não ocorrerá aumento da dívida pública? Aqui mentem dizendo que pode haver a volta da inflação. Isso tudo é o que? Um surto psicótico ou uma absoluta falta de senso e compromisso com a realidade do país? Onde está o liberalismo que propagam já que 1% da população controla 30% da renda nacional? Mais claro impossível.
- O que virá depois da crise?
A humanidade aprende com o sofrimento. A geopolítica mundial sofrerá mudanças. O Brasil sofrerá mudanças. A saúde pública que nossos pais e avós construíram foi um modelo decorrente de epidemias de toda natureza, guerras que dizimaram famílias e sociedades inteiras. O discurso que tudo deve ser mercantilizado, que máscaras e equipamentos devem ser produzidos somente na Ásia, da austeridade que se transforma em concentração de renda, já é muito combatido.
Países como Itália e Espanha sofrem e isso deixa resquícios. Toda organização privada ou pública têm um propósito. Os propósitos implicam modos gerenciais diversos. Os países que estão à frente lutando contra a morte percebem na carne o quanto o discurso representa uma contradição, entre a possibilidade de viver ou a morte, a destruição do patrimônio público em prol de outra finalidade que contribui para destruir a segurança da espécie humana.
- No contexto municipal em Nova Lima como vocês se colocam perante a crise?
Olha mesmo em pandemias o ser humano se manifesta, a linguagem é a essência da espécie. Principalmente para políticos no cargo. A audiência, a população, observa e filtra tudo. A medicina recomenda o isolamento que resulta na paralisia da economia. A saúde pública é que nos conduz. O PDT tem quase 200 pessoas em todo o município entre filiados e simpatizantes que expressam suas posições diariamente. Se você for conversar com eles te dirão três coisas: a) o isolamento não atinge todas as famílias e pessoas da mesma forma por causa da desigualdade econômica e social; b) instituições como a Câmara e Prefeitura devem trabalhar conjuntamente do início ao fim da crise, liberando recursos e presentes na transição da crise, do contrário demonstra a falência do modelo e abandono da população; c) pandemias revelam no extremo o óbvio: o quanto políticas sociais municipais permanentes são insubstituíveis. Os profissionais da saúde estão trabalhando, detém o conhecimento para lidar com a situação e devem ser valorizados pelo que estão fazendo. Todo dia recebemos vídeos de pessoas na internet angustiadas para abrir os negócios, pessoas circulando, outras com discrição passando por necessidades. Em Paris, Tóquio, São Paulo ou Nova Lima as pessoas como agentes econômicos sofrem, precisam trabalhar, abrir suas lojas ou o ambulante sair para ganhar o pão.
Agente econômico precisa de incentivo econômico para atender a sua própria saúde e a dos outros. Então os líderes políticos precisam suspender todos os pagamentos, tributos, contas a pagar de expressiva parcela da população, incluindo o comércio local e dizer para o governo estadual que tarifas de água e luz não têm como ser pagas. Discutir publicamente as faixas de consumo. É a equação simples, sem renda não pode haver custos. Se combate pandemia sem política social? Tem política social organizada na cidade? Ou isola a pessoa, a família e pronto?
O cadastro social do município que expressa todos os vulneráveis por bairros? Todas as famílias precisam ser atendidas para viver com dignidade. O dinheiro público deve ser revertido de onde for para atender a população, principalmente nos bairros onde vive a maioria em situação de necessidade e com controle por bairro. A pobreza e a necessidade andam de mãos dadas com a pandemia. Isso é evitar a outra ponta do contágio que se manifesta pela destituição, via sofrimento. Os valores que anunciam de obras na cidade: por quê? Onde? Obras ou a constituição de um fundo municipal para atender os fragilizados pela parada da economia até atravessar a crise? A prioridade é o cuidado e atendimento às necessidades das pessoas. Preparar com urgência para o que a saúde pública adverte como uma possível onda crítica que pode vir, para evitar o colapso no atendimento. Tomara que não venha. Quem pode garantir?
- Nas eleições desse ano como vai se comportar o PDT?
Olha ainda não tem definição sobre como será eleição esse ano. No momento não falamos sobre isso. Depois de tudo que falei acima fica claro que temos grande insatisfação com o que a politica municipal apresenta. Temos candidatos, o geólogo Mauri Lopes para prefeito e uma
ótima chapa de vereadores. Mas não devemos ter preocupação com isso como a maioria dos políticos da cidade demonstra. Repara antes dessa crise colocamos na cidade uma proposta: “Abrace o Futuro dos Nossos Filhos”. A construção do melhor centro de formação de jovens do país. Em convênio com as universidades. Sabe por quê? Nossos jovens estão com futuro comprometido. Educação caríssima que os pais dão um soco danado para viver e não conseguem pagar. Isso é fim de sonho de duas gerações, sonho valorizado pelos nossos pais. Não abriremos mão disso. Eleição nessa cidade não está resolvendo nada. É outra discussão.
Percebeu? Não está muito claro isso? A desigualdade está ampliada. A população vê, sente isso. É sinal que a matriz está errada, nas crises isso aflora com mais nitidez. É isso que vamos abordar no momento oportuno.
Obrigado Carlinhos nosso inesquecível prefeito, pela referência elogiosa, realmente uma reflexão de apresentação do PDT muito alvissareira para todos nós…
Porém reforça a nossa responsabilidade
Com o povo de Nova Lima neste momento tão dificil; mas não fugiremos de nossas responsabilidades, vamos sim com o apoio de todos do PDT, juntos com velhos companheiros de luta e os novos que agora se incorporam à esta batalha , voltar a trazer a dignidade e o respeito a todos os moradores de nosso município.
Vamos todos a está caminhada…PRA FRENTE E QUE SE ANDA.
as necessidades das pessoas
Qualidade do texto mostra
a capacidade que terá este grupo de enfrentar os desafios q se apresentam p Nova Lima.
A experiência do grupo e a referência nacionalista em âmbito nacional fazem-nos crer que grandes contribuições trarão ao nosso município.
O seu próprio pré candidato a prefeito é o melhor exemplo disso.
Foi o 1o secretário do Jardim Canadá e responsavel pelo melhor momento de desenvolvimento que o bairro viveu, até se transformar num dos mais importantes centros empresarial do município.
Depois , como secretário de planejamento, contribuiu para elevar Nova Lima à condição que hoje ostenta no cenário nacional com projetos de desenvolvimento sustentável e de atração de investimentos, o que alavancou a nossa economia e consequente arrecadação, permitindo a implementação de políticas públicas de impacto na sociedade novalimenses.
Seja bem vindo o PDT de Epaminondas e do pre candidato Mauri Lopes , a quem a população terá oportunidade de conhecer melhor e saber das possibilidades que estão a disposição na nossa terra .
Muito ainda está por acontecer e tenho certeza que o PDT muito contribuirá para encontrar o melhor caminho para o nosso povo.
Grande materia