SEMPRE NOVA LIMA – Nesta segunda-feira, 15 de dezembro, o Instituto AngloGold Ashanti inaugurou uma nova sala de visitação no Centro de Memória da empresa, em Nova Lima. O espaço é dedicado às pessoas africanas escravizadas que atuaram nas minas de Morro Velho ao longo do século XIX e tem como objetivo reforçar o reconhecimento histórico, a valorização da cultura afrodescendente e a promoção da equidade racial.
A nova sala abriga a exposição “Fundamento: africanos e afro-brasileiros em Morro Velho”, que reúne nomes, referências e fragmentos documentais. Organizada em três movimentos — “A Bênção”, “O Fogo Ancestral dos que aqui chegaram” e “O Fluir com a força das Águas” —, a mostra propõe uma experiência de reconhecimento, homenagem e reflexão. Ela convida o público a honrar memórias, vidas e contribuições que seguem como fundamento da construção do território e da identidade da região.
“Inauguramos este espaço com respeito e profundo senso de responsabilidade. Este gesto simbólico reafirma o compromisso do Instituto AngloGold Ashanti com a preservação da memória e a equidade racial, honrando quem, mesmo marcado pela injustiça, deixou fundamentos culturais, sociais e humanos que sustentam a identidade deste território”, afirma o superintendente do Instituto AngloGold Ashanti, Diego Pereira.
A exposição evidencia também a herança cultural bantu-kongo presente entre os trabalhadores das minas, os significados ligados aos nomes atribuídos a partir de portos africanos, as relações de violência impostas pelo sistema escravista e a permanência de seus traços civilizatórios no território, na memória e nas comunidades negras locais. A sala também aborda a continuidade dessas trajetórias após a abolição.
“Este é um gesto de reconhecimento e reverência. Ao expor esses nomes, histórias e heranças, reafirmamos a importância de preservar a memória e ampliar o compromisso com a justiça racial, honrando quem antecedeu nosso presente e ajudou a construir este território”, afirma a historiadora Josemeire Alves, responsável pela curadoria do espaço.






