Foto: Leonardo Milagres/g1

MATÉRIA DO G1

O corpo do prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), foi sepultado e enterrado no Cemitério do Bonfim, na Região Noroeste de Belo Horizonte, no fim da tarde desta quinta-feira (27). Mais cedo, ele foi velado no saguão da prefeitura, no Centro da capital.

Pela manhã, o acesso à cerimônia foi restrito a familiares, amigos próximos e autoridades. O velório foi aberto ao público às 13h e, por volta das 16h30, o corpo seguiu em cortejo até o cemitério.

Noman morreu aos 77 anos, nesta quarta-feira (26), após ficar mais de dois meses internado no Centro de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Mater Dei, na Região Centro-Sul de BH, por complicações causadas por um Linfoma não Hodgkin, um tipo de câncer.

Moradores da capital fizeram fila na porta da sede do Executivo municipal para a despedida do prefeito. Parentes de Fuad ficaram também para a cerimônia aberta, entre eles a irmã, Lenita Noman, os filhos e as netas — que se emocionaram ao se despedir do avô, no entorno do caixão.

“A gente fica orgulhoso de tudo que ele conseguiu fazer, de todo o legado que ele deixou na cidade”, disse o filho Paulo Henrique Noman.

“Pai excepcional, que sempre ajudou a gente em tudo. Sempre educava, mostrava o que a gente fez de melhor”, completou o filho Gustavo Noman.

À imprensa, o vice-prefeito eleito, Álvaro Damião (União Brasil), que agora assume a prefeitura definitivamente, elogiou a trajetória de Fuad e afirmou que vai dar continuidade aos projetos dele para a cidade.

“Quando a gente pensa em partir, que seja homenageado dessa forma. São inúmeras coroas de flores, são muitas pessoas, e o Fuad merece. Tratava ele na campanha como se fosse um pai para mim”, destacou Damião.

O presidente Lula enviou coroa de flores e que o governador de Minas Gerais Romeu Zema compareceu. O velório também contou com a presença de deputados, vereadores e outras lideranças políticas.

“As recordações que eu terei do prefeito serão sempre as melhores possíveis. Uma pessoa respeitosa, afável, inteligente, competente, disponível, alegre: um homem com muitos adjetivos. Ele vai, mas deixa um grande legado”, disse Zema.

Noman foi enterrado no Cemitério do Bonfim, no fim da tarde desta quinta-feira (27), em evento restrito.

Na quarta-feira (26), o prefeito em exercício Álvaro Damião (União Brasil) publicou um decreto municipal de luto por oito dias pelo falecimento de Fuad. O Governo de Minas decretou luto oficial de três dias em publicação extra do Diário Oficial na tarde desta quarta-feira.

55 anos de história no funcionalismo público

Fuad Noman tinha ascendência síria e nasceu em Belo Horizonte em 30 de junho de 1947.

Começou a carreira no serviço público há 55 anos, como funcionário concursado do Banco Central. Depois, Fuad trabalhou no Tesouro Nacional e foi secretário-executivo da Casa Civil da Presidência da República durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Ele se formou em ciências econômicas no Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB) e tinha pós-graduação em programação econômica e execução orçamentária.

Teve passagens como diretor do Banco do Brasil e presidente da BrasilPrev e também atuou no país africano de Cabo Verde, como consultor do Fundo Monetário Internacional.

Em Minas Gerais, Fuad participou dos governos de Aécio Neves (PSDB), como secretário de Estado da Fazenda e de Transportes e Obras Públicas, e de Antônio Anastasia (na época, no PSDB), como chefe das Secretarias Extraordinárias de Coordenação de Investimentos e da Copa do Mundo de 2014, além de presidente da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig).

Ingressou na Prefeitura de Belo Horizonte em 2017 e se manteve ao longo de todo o primeiro mandato do ex-prefeito Alexandre Kalil (na época, no PHS) como secretário Municipal de Fazenda.

Em 2020, Fuad foi eleito vice-prefeito de BH na chapa que reelegeu Kalil (na época, no PSD). Assumiu o comando em abril de 2022, quando o cartola do Atlético renunciou para ser candidato ao governo de Minas.

Gestão na PBH e Eleições 2024

Até então acostumado com os bastidores, Fuad passou a estar à frente dos holofotes em 2022, quando assumiu a prefeitura.

Conhecido pelo perfil técnico e conciliador, Fuad garantiu o pleito de 2024 com foco nas obras realizadas nos dois anos anteriores à frente do município e na doçura e na sensibilidade de um “bom velhinho” que usa suspensórios.

Nessa eleições, não recebeu o apoio do até então padrinho Alexandre Kalil, que decidiu compor com Mauro Tramonte (Republicanos).

A chapa de Fuad teve como vice o vereador e jornalista Álvaro Damião (União Brasil). Fuad venceu o adversário Bruno Engler (PL) no 2º turno, com 53,73% dos votos válidos.

Marido, pai e avô

Fuad Noman era casado com Mônica Drummond, que frequentemente aparecia ao lado dele em eventos públicos. Tinha dois filhos e quatro netos.

Ele era torcedor do Atlético Mineiro e conselheiro benemérito do time. Escreveu três livros: “O amargo e o doce”“Marcas do Passado” e “Cobiça” — este último que foi alvo de polêmica durante as eleições de 2024 por trechos retirados de contexto.

Saúde

Em julho de 2024, após fazer exames de rotina, Fuad Noman foi diagnosticado com um Linfoma não Hodgkin (LNH). Ele passou por cirurgia e, imediatamente, iniciou as terapias para combater a doença.

O LNH é um tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático e se espalha de maneira não ordenada. O principal sintoma é o aumento dos gânglios linfáticos, que se manifesta pelo surgimento de caroços em regiões como pescoço, virilha e axila. Em outubro, durante o período eleitoral, o prefeito informou que havia concluído o tratamento.

Desde novembro, ele passou por quatro internações. A última, devido a um quadro de insuficiência respiratória aguda.

Fuad estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Mater Dei, na Região Centro-Sul da capital mineira, desde a tarde de 3 de janeiro. Na noite desta terça-feira (25), ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e estava com insuficiência renal aguda. De acordo com boletim médico, ele morreu em consequência das complicações de um Linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer que ele vinha tratando.

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