Belo Horizonte, Nova Lima e outras cidades da região metropolitana têm destinado parte de seus recursos para aprimorar o monitoramento por câmeras, investindo na implementação de cinturões de vigilância. Esse sistema é reconhecido como uma ferramenta eficaz para a identificação de criminosos e a recuperação de veículos roubados.
Em Belo Horizonte, o videomonitoramento inteligente já conta com mais de 4 mil câmeras distribuídas pela cidade, sendo que 1.200 novos equipamentos foram instalados a partir de 2023. Algumas dessas câmeras possuem tecnologia avançada para identificação facial e de placas de veículos.
Com o novo sistema, BH passou a monitorar áreas antes sem cobertura. As imagens, centralizadas no Centro de Operações da Prefeitura (COP), na região Oeste, são transmitidas em tempo real para as forças de segurança, que mantêm representantes in loco. O modelo já é seguido por municípios da Grande BH, como Contagem, Nova Lima, Betim e Igarapé, conforme afirmaram prefeitos e autoridades à Itatiaia.
Em entrevista à Itatiaia, o prefeito em exercício de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), destacou que as medidas de segurança pública devem ser implementadas de forma integrada, e não isolada.
“Claro, até porque o ladrão não escolhe (local). Eu não sei se ele é daqui, se ele não é daqui, eu não sei se ele ele tá vindo para cá. Ao mesmo tempo que eu tenho que proteger Belo Horizonte, eu tenho que proteger Nova Lima, eu tenho que proteger Vespasiano, eu tenho que proteger Contagem, Betim e eles têm que proteger Belo Horizonte. Nós temos que trabalhar em conjunto. A proteção tem que ser de todos, na grande Belo Horizonte”, concluiu Damião.
A Prefeitura de Nova Lima também está adotando um sistema de monitoramento por câmeras semelhante ao de Belo Horizonte. O município já conta com cerca de 500 câmeras, algumas com rotação completa, tecnologia 4K e zoom de até 25x.
Os equipamentos são operados a partir de uma sala de comando. Segundo o subsecretário de Políticas Urbanas, Jansen Rezende, a administração municipal aposta na integração entre as cidades como estratégia para o combate à criminalidade.
“A questão da tecnologia vem como um aliado principal nesse nesse quesito (segurança). E, inclusive, ajudando nessa troca de informações entre municípios. Tem que ter essa interação, né? Não adianta Nova Lima pensar só em Nova Lima, Belo Horizonte pensar só em Belo Horizonte. Uma cidade afeta a outra. Então, acho que a troca de informação é, tanto na segurança quanto trânsito, mobilidade, de suma importância para todos os municípios”.
Em Contagem, quase 1.000 câmeras monitoram a cidade 24 horas por dia a partir de um centro integrado. A prefeitura está em processo de licitação para adquirir novos equipamentos com inteligência artificial, capazes de identificar pessoas e veículos, segundo o secretário-geral Fernando Lopes.
Já em Betim, a administração municipal planeja ampliar o Centro de Operações por meio de uma parceria com a iniciativa privada, conforme afirma a secretária de Ordenamento Territorial, Bárbara Guimarães Gomes.
“Essa matéria de segurança pública é uma das prioridades do governo do Heron (Guimarães, prefeito). Hoje, a gente tem um COP dentro do município, mas é bem embrionário, e ele (Heron) tem trabalhado na na estruturação de PPPs. Ele quer trazer a ideia da Smart City, cidade inteligente integrando segurança, educação, saúde e ordenamento territorial através de uma parceria público-privada”.
Municípios menores também querem integrar o cinturão de segurança da Grande BH. O prefeito de Igarapé, Arnaldo Chaves (PP), destacou que a cidade investiu recentemente na área e já conta com mais de 250 câmeras, reforçando a segurança para a população.