O ministro da Casa Civil, Braga Netto, e o presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento sobre preço dos combustíveis e a política de reajustes adotada pela Petrobras.

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Na manhã deste sábado, 14 de dezembro de 2024, a Polícia Federal prendeu o general da reserva Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa durante o governo de Jair Bolsonaro, além de candidato a vice-presidente na chapa derrotada nas eleições de 2022. A prisão ocorreu em Copacabana, no Rio de Janeiro, e foi acompanhada de mandados de busca e apreensão em sua residência. Após a detenção, Braga Netto foi entregue ao Comando Militar do Leste, onde permanecerá sob custódia do Exército.

Braga Netto é investigado no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Em novembro de 2024, a Polícia Federal indiciou 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. As investigações apontam que Braga Netto teria desempenhado um papel central no planejamento e execução das ações golpistas, sendo considerado o “arquiteto do golpe” e a principal autoridade por trás das articulações junto às Forças Armadas.

De acordo com fontes ligadas à investigação, Braga Netto teria atuado diretamente no financiamento de ações ilícitas, inclusive entregando dinheiro em uma sacola de vinho para os envolvidos no plano. Além disso, uma reunião realizada em sua residência, em 12 de novembro de 2022, teria servido para apresentar o planejamento de ações clandestinas destinadas a impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário. A Polícia Federal também identificou a existência de um “gabinete golpista”, no qual Braga Netto seria o coordenador-geral, juntamente com o general Augusto Heleno.

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A decisão de prender Braga Netto foi tomada após a obtenção de novos elementos que reforçaram seu papel de liderança na trama golpista, incluindo informações obtidas por meio da delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. A Polícia Federal optou por realizar a prisão neste sábado para evitar coincidências com datas simbólicas, como o 13 de dezembro, aniversário do AI-5, e para minimizar constrangimentos familiares, já que Braga Netto estava em viagem recente com a família.

A prisão de Braga Netto representa um avanço significativo nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado e aumenta a pressão sobre outros envolvidos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O núcleo central de Bolsonaro tem demonstrado preocupação com os desdobramentos do caso, adotando estratégias para desvincular o ex-presidente das ações golpistas e atribuir responsabilidades aos militares. No entanto, as evidências coletadas até o momento indicam uma coordenação estreita entre os principais assessores de Bolsonaro e membros das Forças Armadas na elaboração e execução do plano.

As investigações continuam em andamento, e novas prisões e indiciamentos não estão descartados, à medida que a Polícia Federal aprofunda a apuração dos fatos e busca responsabilizar todos os envolvidos na tentativa de subverter a ordem democrática no país.

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