Luciano Farah Nascimento, empresário condenado pelo assassinato de um promotor do Ministério Público no início de 2002, foi preso novamente neste sábado, dia 16, por um mandado relacionado ao homicídio de Anderson Carvalho, suspeito de roubar seu posto de combustíveis. O crime ocorreu cerca de 10 dias antes do assassinato do promotor.
O mandado de prisão contra Luciano Farah foi emitido pela Justiça na quarta-feira, dia 13. Segundo informações da Itatiaia, equipes das Polícias Militar e Civil tentaram cumprir o mandado em endereços relacionados a Farah, sem sucesso. No entanto, no sábado, dia 16, à tarde, Farah se apresentou em uma delegacia de Nova Lima, acompanhado de seu advogado. Ele foi então encaminhado para o Presídio de Nova Lima, localizado no Centro da cidade.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que o mandado de prisão foi expedido após um pedido feito pelo próprio órgão. Eles argumentaram que a lei conhecida como “Pacote Anticrime” permite a execução imediata de penas iguais ou superiores a 15 anos proferidas pelo Tribunal do Júri. Segundo o MPMG, a arma utilizada no assassinato de Anderson foi a mesma usada na execução do promotor Francisco Lins.
O caso
Em 15 de janeiro de 2002, Anderson de Carvalho foi assassinado com 16 tiros depois de roubar cerca de R$ 400,00 de um dos postos de combustíveis de Luciano Farah. O crime, ordenado pelo empresário, foi cometido pelo ex-policial militar Edson Souza Nogueira de Paula. Anderson foi perseguido, retirado de um ônibus, algemado e levado até um ponto na BR-040, em Contagem, onde foi executado. Tanto Luciano quanto Edson foram condenados a 16 anos de prisão pelo crime, enquanto Geraldo Parreiras, também envolvido, foi absolvido da acusação.
No dia 25 de janeiro, dez dias após o assassinato de Anderson, Luciano e Edson mataram o promotor público Francisco Lins do Rego. O promotor estava em um carro parado no semáforo da rua Joaquim Murtinho com a avenida Prudente de Morais, no bairro Santo Antônio, quando foi surpreendido por uma moto com os dois ocupantes.
O assassinato de Francisco foi motivado por uma decisão do promotor, que vetou a venda de gasolina no posto de Luciano após ser constatado que o produto era adulterado e que a empresa sonegava impostos à Receita Federal. Edson disparou mais de 10 tiros contra Francisco após receber a ordem de Luciano. Os dois, junto com Geraldo Parreiras, foram condenados a mais de 19 anos de prisão pelo crime.
Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG) informou que o ex-policial militar Edson Souza Nogueira de Paula estava em liberdade desde junho de 2011, mas foi novamente detido e está sendo encaminhado de volta ao sistema prisional. Por sua vez, Geraldo Roberto Parreiras foi libertado em setembro de 2009.