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O uso de caixa 2 teria abastecido a produção de notícias falsas contra o candidato do PT às eleições deste ano, Fernando Haddad, e a favor de Jair Bolsonaro, do PSL. A informação é do jornal ‘Folha de S. Paulo’ divulgada na manhã desta quinta-feira, dia 18.
O contrato apurado pelo jornal atinge os R$12 milhões de reais e não constam na prestação de contas do candidato de extrema-direita. O contrato teria sido bancado por empresários, algo vedado pela legislação eleitoral, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que doação empresarial à campanha política é inconstitucional.
Os contratos foram estabelecidos para que centenas de milhares de mensagens fossem disseminadas através de grupos do aplicativo de mensagens instantâneas Whatsapp. As empresas usariam base de dados com números de telefone do próprio candidato e base de dados compradas de terceiros, o que também é crime.
Isso porque a Legislação Eleitoral também veda o uso e compra de base de dados com dados pessoais de terceiros. As empresas contratadas, segundo a Folha, oferecem segmentação por região geográfica e até por renda, para atingir públicos específicos em desfavor à Haddad.
Os preços das mensagens variam de R$0,08 a R$0,12 centavos para contatos do próprio candidato e R$0,30 a R$0,40 centavos para quando a base é oferecida pela própria agência contratada.
Uma das empresas que estariam comprando o envio de mensagens está a rede de ‘Lojas Havan’, do empresário Luciano Hang. Apenas a AM4 Brasil aparece na prestação de contas de Jair Bolsonaro já entregue à Justiça Eleitoral.
Haddad pede investigação
O candidato do PT, Fernando Haddad, pediu imediata investigação dos fatos narrados pela Folha. Segundo o petista, um jantar foi feito pela campanha de Bolsonaro com inúmeros empresários e estes nomes aparecem como financiadores das “fake news”.
Para Haddad, Bolsonaro criou “uma organização criminosa de notícias falsas”.