A presidente da Comissão Processante Especial (CPE) da Câmara Municipal de Nova Lima (CMNL), vereadora Juliana Sales, do Cidadania, emitiu nesta quinta-feira, dia 26, uma nota, em nome da Comissão, desmentindo uma nota assinada pela família do vereador Tiago Tito, que fala em cerceamento de defesa ao parlamentar. A CPE investiga quebra de decoro parlamentar por parte de Tito em um suposto esquema de “rachadinha” em seu gabinete.
Tiago Tito e seu chefe de gabinete estão presos desde maio, pela operação “Contrato Leonino” da Polícia Civil (PC) e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). As investigações dão conta de um suposto esquema de lavagem de dinheiro e outros crimes.
Na fase de oitivas no Plenário da Câmara, Tito não designou defesa prévia e ele mesmo se defendeu, de forma remota, da penitenciária Nelson Hungria, onde cumpre prisão preventiva. Mesmo participando e acompanhado de um advogado, Tito entrou na justiça com mandado de segurança (liminar) alegando suposta ausência de garantia da ampla defesa e contraditório do vereador representado. O pedido foi rejeitado em primeira instância (Comarca local) e após recurso interposto pelo vereador representado, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) reafirmou a decisão local e segundo Sales, “compreendeu que os trabalhos realizados pela Comissão garantiram o respeito aos direitos constitucionais do vereador representado”.
Um novo mandado mandado de segurança, que pedia a impugnação do sorteio dos membros da Comissão Processante e a composição partidária dos membros sorteados, foi apresentado. Neste caso, a mesma juíza local acatou pedido liminar do vereador, cancelando a reunião do dia 13/08/2021, que elegeu os membros. Além de Juliana, participam, Danúbio Machado, Cidadania (Cidadania) e Viviane Matos (DEM). Com a decisão, os trabalhos foram suspensos e permanecem assim, até que segundo a presidente da Comissão, saia o resultado do recurso interposto pelo setor jurídico da Câmara, com os devidos esclarecimentos e a volta dos trabalhos.
Dessa forma, as informações de que a Comissão Processante, supostamente, não estava garantindo ampla defesa é inverídica, conforme se depreende das decisões judiciais dos autos de nº 5004486-89.2021.8.13.0188. As demais alegações apresentadas de que a Comissão não teria respeitado a proporcionalidade partidária ou não teria entregado a ata do dia 01/06/2021 à defesa do vereador representado foram devidamente explicadas no Agravo Interno interposto, de forma que a Comissão tem a absoluta certeza da regularidade de todos os atos praticados por ela.
Juliana Sales, presidente da Comissão
A parlamentar que comanda os trabalhos informou também que “as testemunhas foram inquiridas em consonância com os ditames processuais e constitucionais e tem certeza de que a população de Nova Lima está acompanhando todos os atos praticados pela Comissão e reconhecendo a regularidade do andamento dos trabalhos até então realizados”.
Defesa em Jornal e redes sociais
Com uma imagem escrita “esclarecimentos” que circula nas redes sociais e também em periódicos impressos da cidade, o documento é assinado pela “Família de Tiago Tito” e expões as razões que levaram aos pedidos de suspensão das atividades da CPE. Segundo a publicação, o cerceamento de defesa foi “desde os documentos apresentados de forma ilegível, a documentos não apresentados, além de reunião secreta para eleger os cargos da Comissão”. Em outro ponto, é citado que “o sorteio da Comissão Processante não respeitou a proporcionalidade partidária. Contrariando as legislações vigentes, a Câmara Municipal não observou a proporção de partidos que existe na Casa, no momento do sorteio dos membros que iriam compor a Comissão Processante”. A família de Tito alega desproporcionalidade na indicação dos membros.
Na decisão, a juíza entendeu que a não divulgação da ata do sorteio dos membros no site da casa legislatia, é o que estaria ferindo o direito de defesa: “conclui-se, portanto, que a conduta arbitrária da Autoridade Coatora (Presidente da Comissão), em não fornecer a Ata ou, ao menos, de tê-la disponibilizado no site, afronta ao princípio da publicidade e afeta o direito constitucional do vereador Tiago Tito, ao contraditório e a ampla defesa”. A Câmara alega que o sorteio foi feito dentro dos trâmites e está disponível nas plataformas digitais, uma vez que foi transmitido ao vivo.
Ainda na há data para retorno dos trabalhos já que a CMNL aguarda parecer da justiça com relação ao pedido de derrubada da liminar de Tito.
[…] decoro parlamentar conduzido por uma Comissão Processante Especial (CPE) que está paralisada por decisão judicial que argumenta falha no sorteio da comissão, que tem como membros Juliana Sales (Presidente) Danúbio Machado (Relator), ambos do Cidadania e […]
O Tiago Tito está mais preocupado em manter seu cargo de vereador do que sair da cadeia. Ele está preso desde MAIO e não custa relembrar, ele e seu principal assessor foi acusado de colocar fogo no carro de uma antiga funcionária dentro da garagem da casa dela. Essa funcionária e seus familiares poderiam ter morrido numa explosão e seus vizinhos afetados. Seria interessante o jornal perguntar à família do Tiago Tito se eles concordam com esse tipo de postura.