Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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SEMPRE NOVA LIMA – Os recentes casos de violência contra mulheres em diferentes regiões do país voltam a expor a gravidade da situação no Brasil. Dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública apontam que, somente em 2025, o país já registrou mais de mil feminicídios, além de diversos episódios de agressões e tentativas de homicídio.

Em Nova Lima, essa realidade também se faz presente. Um dos casos mais recentes foi divulgado na última sexta-feira, dia 5, quando um homem de 55 anos foi preso suspeito de torturar e tentar matar a ex-namorada, de 27 anos. Ele teria arrastado a mulher, que estava com parte do corpo para fora do carro, por cerca de dois minutos, percorrendo aproximadamente 400 metros.

O episódio lembra o de Tainara Souza Santos, de 31 anos, que foi atropelada e arrastada pelo carro de Douglas Alves da Silva, em São Paulo. Tainara teve as duas pernas amputadas.

Em outras partes do país, casos igualmente graves chamaram atenção. Maria José foi morta a facadas pelo companheiro na frente dos filhos, no Distrito Federal. No litoral de Pernambuco, Adriana foi asfixiada pelo marido em São José da Coroa Grande. Esses são apenas alguns exemplos da gravidade da situação.

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Dados em Nova Lima, Raposos e Rio Acima

Dados da Polícia Civil de Minas Gerais e do Sejusp mostram que Nova Lima registrou 973 vítimas de violência doméstica em 2023, 942 em 2024 e 857 até outubro de 2025. Em Raposos, foram 168 casos em 2023, 168 em 2024 e 120 até outubro de 2025. Já em Rio Acima, os números foram 92 em 2023, 91 em 2024 e 92 até outubro de 2025.

Quando se observa os dados de vítimas de feminicídio (2019 a 2025), Nova Lima também aparece nas estatísticas. Segundo os registros, o município contabilizou 5 feminicídios em 2019, 1 em 2021, 1 em 2022, 1 em 2023 e 1 em 2024. Não há registros de feminicídios em Raposos e Rio Acima no mesmo período.

Os dados reforçam que situações de agressão e violência podem estar mais próximas do que se imagina.

A omissão também preocupa

A Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher, realizada pelo DataSenado e divulgada em novembro deste ano, aponta que 3,7 milhões de brasileiras sofreram violência doméstica ou familiar em 2025. O levantamento revela que quase 6 em cada 10 mulheres relatam agressões ocorridas há menos de seis meses, enquanto 21% convivem com episódios há mais de um ano.

A omissão de quem presencia situações de violência também chama atenção. De acordo com o estudo, em 40% dos casos houve testemunhas adultas presentes que não ofereceram qualquer tipo de ajuda. Isso significa que cerca de 698 mil das vítimas não estavam sozinhas, mas ainda assim não receberam apoio.

Protestos pelo país

No último domingo, dia 7, manifestantes realizaram atos em diversas cidades do Brasil para protestar contra o aumento dos casos de feminicídio e outras violências contra mulheres. Segundo o movimento Levante Mulheres Vivas, houve convocação de manifestações em pelo menos 20 estados e no Distrito Federal.

Na capital mineira, manifestantes se reuniram por volta das 11h na Praça Raul Soares, no Centro, e seguiram em caminhada até a Praça Sete e a Praça da Estação. Cartazes com mensagens como “basta de feminicídio”, “não me mate” e “pare de matar as mulheres” foram exibidos durante o percurso.

Foto: Jô Andrade/g1

Como pedir ajuda?

Veja onde denunciar casos de violência contra a mulher:

  • número 190 da Polícia Militar;
  • número 197 ou delegacia eletrônica da Polícia Civil;
  • número 180 da Central de Atendimento à Mulher;
  • qualquer delegacia de polícia ou Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) – Em Nova Lima, a Deam se encontra na rua Joviano de Assis Fonseca, 41 – Cariocas;
  • número 129 da Central de Atendimento da Defensoria Pública, com dígito exclusivo para atendimento de mulheres em situação de violência.

Medidas protetivas

Para solicitar uma medida protetiva, não é necessário que tenha ocorrido um crime. Situações como ciúme excessivo, perseguição ou controle de patrimônio já justificam o pedido.

Segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, a solicitação pode ser feita na Polícia Civil, em uma delegacia comum, na Delegacia da Mulher, pelo site da Delegacia Eletrônica ou pelo número 197. O pedido é registrado e encaminhado ao juiz ou juíza, que deve analisá-lo em até 48 horas.

Caso a medida concedida não seja suficiente para interromper agressões ou ameaças, a mulher pode solicitar novas medidas mais adequadas e denunciar o descumprimento. O descumprimento de medida protetiva é considerado crime.

Confira os diferentes tipos de violência contra a mulher:

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