Foto: REUTERS/Anushree Fadnavis/Foto de arquivo

MATÉRIA DO G1

Uma falha no serviço de nuvem AWS, da Amazon, causou instabilidades em diversos sites e aplicativos no mundo todo nesta segunda-feira (20). A tecnologia da big tech é usada por várias empresas como Sony, Natura, United Airlines, Booking, Perplexity e Fortnite.

A Amazon começou a identificar o problema ainda na madrugada, por volta das 4h11 (horário de Brasília). “Estamos investigando o aumento nas taxas de erro e de latência em vários serviços da AWS”, disse a companhia pela manhã.

A situação começou a se normalizar por volta das 8h (horário de Brasília), mas ainda há soluções da AWS com instabilidade (veja abaixo). Perto das 14h, as reclamações de problema na AWS voltaram a subir no site Downdetector, que monitora instabilidades em sites e apps (veja na imagem abaixo).

➡️ O que é a Amazon Web Services (AWS)? A AWS é a divisão de computação em nuvem da Amazon. Criada inicialmente para atender à própria empresa, hoje oferece serviços como hospedagem de sites, bancos de dados e ferramentas de inteligência artificial. Entre os concorrentes estão o Azure (Microsoft), o Google Cloud, a Oracle e a IBM.

Número de reclamações no Downdetector Brasil sobre a AWS. — Foto: Reprodução/Downdetector

Número de reclamações no Downdetector Brasil sobre a AWS. — Foto: Reprodução/Downdetector

Segundo a agência Reuters, mais de 500 empresas que usam a AWS enfrentam problemas nesta manhã. Entre elas estão a própria Amazon, a assistente virtual Alexa, a rede social Snapchat, o aplicativo de videoconferências Zoom e o app de educação Duolingo (veja abaixo outros serviços afetados).

Problema está em um datacenter nos EUA

A companhia informou que a falha está concentrada na região US-EAST-1, que corresponde ao datacenter da AWS localizado no norte da Virgínia, nos Estados Unidos.

Na página de “Integridade de serviço”, a Amazon também cita “taxas de erro significativas” no DynamoDB, sistema de banco de dados criado pela empresa para aplicações que exigem alta velocidade e estabilidade.

Ele consegue processar grandes volumes de dados e muitas requisições por segundo sem que o usuário precise configurar servidores manualmente.

Mais cedo, a mesma página mencionava ainda que, além do DynamoDB, mais de 60 produtos da AWS foram afetados, todos localizados na região US-EAST-1. Perto das 14h, esse número havia subido para 96 produtos com algum tipo de instabilidade.

Até as 14h13 desta segunda-feira (20), 26 serviços da AWS já apareciam como resolvidos, segundo a empresa.

Mais de 90 produtos da AWS tiveram problema nesta segunda-feira (20) — Foto: Reprodução/AWS

Mais de 90 produtos da AWS tiveram problema nesta segunda-feira (20) — Foto: Reprodução/AWS

“Podemos confirmar taxas de erro significativas em solicitações feitas ao serviço DynamoDB na região US-EAST-1. O problema também afeta outros serviços da AWS na mesma área. Nossos engenheiros estão trabalhando para mitigar a falha e entender completamente a causa”, informou a Amazon por volta das 5h30 (horário de Brasília).

“Ao que tudo indica, uma falha no DynamoDB foi a responsável pela interrupção de alguns sistemas”, explica ao g1 Thiago Bordini, diretor de cyber threat intelligence e prevenção a fraudes na BlueDiamond.

“Como essa foi a primeira região criada pela Amazon, em 2006, na Virgínia (EUA), muitas empresas que usam a nuvem da companhia desde então ainda mantêm seus serviços hospedados lá, o que explica o impacto global”, diz Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks.

A empresa tem atualmente datacenters em 37 locais do mundo, incluindo um em São Paulo, o único da big tech no Brasil. A maioria está na América do Norte, Europa e Ásia.

Segundo Thiago Ayub, incidentes desse tipo já ocorreram outras vezes e “mesmo as grandes empresas parecem não aprender com essas reincidências”. “Deduzo que, por ficarem muito distantes uns dos outros, técnicos e gestores acabam subestimando o risco e deixam de adotar medidas de backup e redundância para evitar o mesmo problema no futuro”.

A falha na AWS é a primeira grande interrupção da internet desde o problema com a CrowdStrike, em julho do ano passado, que afetou sistemas de hospitais, bancos e aeroportos em várias partes do mundo.

Empresas afetadas

Segundo a agência Reuters, o site Downdetector, que monitora instabilidades em sites e aplicativos no mundo todo, mais de 4 milhões de usuários relataram problemas por causa do incidente. Veja alguns dos serviços impactados:

  • Prime Video
  • Perplexity
  • Fortnite
  • HBO
  • Mercado Livre
  • Mercado Pago
  • Signal
  • Roku
  • Roblox
  • Perplexity
  • Lyft
  • Clash Royale
  • Clash of Clans
  • Coinbase
  • Robinhood
Apps e serviços com problema após pane na AWS, da Amazon. — Foto: Reprodução/Downdetector

Apps e serviços com problema após pane na AWS, da Amazon. — Foto: Reprodução/Downdetector

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