MATÉRIA DO G1
Às vésperas do início do julgamento, a maioria dos réus do chamado núcleo crucial da trama golpista indica que não deve ir presencialmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar a análise da ação penal, quando haverá a definição se serão absolvidos ou condenados.
Não há nenhuma regra que obrigue a presença deles, que serão representados por suas defesas. De acordo com advogados, os acusados devem assistir pela televisão.
A presença do ex-presidente Jair Bolsonaro é dada como uma dúvida. Isso porque ele está em prisão domiciliar após descumprir restrições impostas pelo Supremo, como a proibição do uso de redes sociais (leia mais abaixo).
Para ir ao Supremo, Bolsonaro precisa pedir autorização ao ministro Alexandre de Moraes.
Advogados teriam recomendado que o ex-presidente não fosse presencialmente. No entorno do ex-presidente, no entanto, há quem defenda que a ida seria uma demonstração de força.
No recebimento da denúncia, Bolsonaro indicou, inicialmente, que não iria, mas chegou a acompanhar uma das sessões.
O ex-presidente também esteve na Primeira Turma em junho, quando foi interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O general Braga Netto, que está preso no Rio de Janeiro por tentar atrapalhar as investigações, deve assistir o julgamento pela televisão.
Advogados afirmaram que indicaram aos réus que não compareçam até para evitar exposição. Também não devem ir ao Supremo:
- Mauro Cid, tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do esquema;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional.
No Supremo, há expectativa de que o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, acompanhe presencialmente alguma sessão de julgamento.
Ainda não há informações sobre a decisão do deputado Alexandre Ramagem, que é ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Sessões de julgamento
A Primeira Turma do STF reservou cinco dias e oito sessões para o julgamento, que começa na manhã desta terça-feira (2) e se estende até o dia 12 de setembro
A Procuradoria-Geral da República sustenta que o núcleo crucial — onde foram enquadrados esses oito réus — liderou uma organização criminosa que atuou para manter Jair Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas eleições de 2022.
Todos os réus negam participação numa trama golpista e pedem a rejeição da acusação por falta de provas.
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O núcleo crucial da trama golpista e os crimes pelos quais são acusados — Foto: Arte/g1