Foto: João Alves

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Em Rio Acima, no coração do Alto Rio das Velhas, alunos da rede pública estão transformando o aprendizado em ações de cidadania. No último mês de julho, estudantes do projeto “Jovens Cientistas: Nas Águas da Ciência Cidadã” participaram de uma visita técnica à cachoeira do Sansa, um dos principais patrimônios naturais da cidade. As informações são do CBH Rio das Velhas.

Durante a atividade, eles realizaram análises da qualidade da água e, com base nos resultados, redigiram uma carta com recomendações e um pedido formal para a proteção do recurso hídrico, entregue às autoridades municipais.

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O projeto começou em 2023 com turmas do 7º ano da Escola Municipal Honorina Gianneti, por meio de uma parceria entre o CBH Rio das Velhas, o Subcomitê Águas da Gandarela e o projeto EcoÁguas Gandarela, responsável pelo fornecimento do EcoKit utilizado nas análises. Entre agosto e novembro daquele ano, os estudantes fizeram coletas na cachoeira do Sansa e no córrego Viana, ambos na área central do município.

Os testes físico-químicos avaliaram parâmetros como pH, oxigênio dissolvido, nitrito, nitrato, amônia e fosfato. Atualmente, a iniciativa é coordenada pelo grupo de pesquisa Educação, Mineração e Território (EduMiTe/UFMG) e integra um conjunto de ações amplas de biomonitoramento da Bacia do Rio das Velhas, que reúne 23 escolas.

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Em Rio Acima, a liderança do trabalho é da professora Daniela Campolina, integrante do Subcomitê Rio Itabirito e do EduMiTe. Para ela, o projeto vai além do ensino tradicional. “A importância dessa atividade é, primeiro, mostrar que a ciência não se faz apenas na universidade, longe da sociedade. Essa é uma ação de ciência cidadã. Nada melhor do que os próprios moradores para produzir conhecimento sobre o território em que vivem”, explicou.

A docente também ressaltou que a cachoeira do Sansa, com cerca de 30 metros de altura e localizada no centro da cidade, já foi um ponto de lazer, mas hoje está imprópria para banho. “Ainda assim, os dados mostram que a situação é menos grave do que dizem. Identificamos bioindicadores sensíveis, e isso precisa ser valorizado”, afirmou.

Entre as ações do projeto, os estudantes redigiram uma carta encaminhada ao poder público local. No documento, os jovens apresentam preocupações e propostas para a preservação da cachoeira, como a criação de um Parque Municipal com Centro de Educação Ambiental, a retirada do esgoto que afeta a qualidade da água e o incentivo à participação popular na gestão do espaço. “Sonhamos com um lugar de lazer, turismo e aprendizado, onde a história da Sansa e das águas do Gandarela possa ser valorizadas”, escreveram.

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