MATÉRIA DO G1
Servidores municipais da educação de Belo Horizonte paralisaram as atividades nesta quinta-feira (5) em protesto ao reajuste salarial proposto pela prefeitura.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH), 80% das escolas estão com as atividades suspensas.
“É importante dizer que a gente tá reivindicando um aumento real e a prefeitura só leva em conta a inflação de janeiro a abril. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) tem reajuste a partir de janeiro, e o aumento deste ano foi de 6,27%. O fundo municipal tem verba própria e o valor apresentado pelo município é abaixo do piso”, diretora do Sind-Rede, Carol Pasqualine.
Nesta quinta-feira será realizada, às 14h, uma assembleia para referendar o movimento de greve que começa nesta sexta-feira (6). A decisão foi tomada na última segunda-feira (2) em uma plenária no Sind-Rede/BH.
Principais reivindicações
Os servidores demandam uma recomposição salarial de acordo com o piso nacional, e similar a recebida por trabalhadores de outros municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além disso, eles pedem melhorias nas condições diárias de trabalho e no plano de carreira, como:
- recomposição do quadro de professores nas escolas, em especial nas EMEIs;
- redução do número de estudantes por sala;
- ampliação do tempo de planejamento e tratamento igualitário para fundamental e educação infantil;
- adequação da carreira, defasada desde 2020, e das mudanças previdenciárias das últimas décadas;
- garantia do direito a paridade nas recomposições salariais para os aposentados, que têm esse direito legal.
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que na última sexta-feira (30) apresentou uma proposta de reajuste salarial que prevê 100% de recomposição da inflação acumulada entre janeiro e abril de 2025.
O índice de correção de 2,49%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), será aplicado de forma retroativa a maio e contemplará os servidores ativos, aposentados e pensionistas.
A recomposição será aplicada ao salário, benefícios e gratificações. O cálculo foi definido com base na inflação de janeiro a abril e não retroage a 2024.
Além da reposição, a administração municipal propôs um aumento de 58,7% no valor do vale-refeição, que passará para R$ 60 por dia.