O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi citado na lista de alvos de um grupo de espionagem e extermínio descoberto pela Polícia Federal (PF), suspeito de envolvimento na morte do advogado Roberto Zampieri, conhecido como “lobista dos tribunais”.
A informação é da Globonews. Pacheco presidiu o Senado até fevereiro de 2025 e, durante o mandato, foi alvo de manifestações que pediam intervenção militar e o fechamento do Congresso.
“Externo meu repúdio em razão da gravidade que representa à democracia a intimidação a autoridades no Brasil, com a descoberta de um grupo criminoso, conforme investigação da Polícia Federal, que espiona, ameaça e constrange, como se o país fosse uma terra sem leis”, disse Pacheco em nota.
A organização criminosa alvo da PF funcionava como uma empresa especializada em espionagem contra autoridades e assassinatos sob encomenda. O grupo era composto por militares da ativa, da reserva e civis ligados a clubes de tiro.
O grupo, que cobrava até R$ 250 mil para monitorar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), mantinha um verdadeiro arsenal de guerra. Entre os itens estão fuzis de sniper com silenciador; pistolas com silenciador; lança-rojão tipo AT 34 de ombro; minas magnética e explosivos com detonação remota.
As informações constam em relatório da Polícia Federal que levou o ministro Cristiano Zanin, do STF, a autorizar a nova fase da operação que apura esquema de venda de sentenças em tribunais estaduais e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na 7ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada nesta quarta-feira, dia 28, a Polícia Federal cumpriu mandados contra os suspeitos de ordenar o assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto com 10 tiros em frente ao seu escritório, em Cuiabá (MT), no dia 5 de dezembro de 2023.
A investigação do assassinato levou à descoberta do grupo acusado de negociar compra e venda de sentenças judiciais em diferentes tribunais. Durante as apurações, investigadores descobriram que os possíveis assassinos também faziam espionagem e atuavam como grupo de extermínio, com pistoleiros profissionais.
A organização criminosa se autodenominava Comando C4, ou Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos, ainda segundo investigação da PF, com informações da Polícia Civil do Mato Grosso.
A organização criminosa mantinha uma tabela de preços para serviços de espionagem, tanto contra autoridades quanto contra “pessoas comuns”. Monitorar ministros do STF custava R$ 250 mil; senadores, R$ 150 mil; e deputados, R$ 100 mil.
Durante a operação, a Polícia Federal encontrou anotações manuscritas com referências a autoridades brasileiras, incluindo congressistas e ministros do Supremo. Ainda não há confirmação se havia algum crime planejado contra essas autoridades.
No caso do assassinato de Zampieri, a PF aponta o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo como mandante e Antônio Gomes da Silva como executor. Também foram indiciados por suspeita de envolvimento no crime o instrutor de tiro Hedilerson Fialho Martins Barbosa, o coronel reformado do Exército Etevaldo Caçadini de Vargas e Gilberto Louzada da Silva.
Nesta quinta-feira, a PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva contra os suspeitos, além de quatro mandados de monitoramento eletrônico e seis de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.
*Com informações do O Tempo