MATÉRIA DO G1
O ministro Carlos Fávaro afirmou nesta sexta-feira (16) que o caso de gripe aviária que atingiu uma granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul, não representa riscos de contaminação a partir do consumo de ovos e carne de frango.
“Não há risco da pessoa se contaminar consumindo carne de frango e ovos. Ela pode consumir com tranquilidade”, disse Fávaro em entrevista à GloboNews.
“Até porque, ela não pode consumir carne de frango e ovos in natura por causa do risco outro doenças, como salmonela, e o processo de cozimento elimina por completo o vírus. Portanto, a população pode continuar consumindo com segurança.”
Segundo ele, o risco para humanos existe “para quem manuseia o animal, quer seja os tratadores, no dia a dia com o animal, ou o profissional que vai recolher carcaças de animais que morreram fruto desse vírus”. “Aí tem um protocolo específico para garantir da saúde desses profissionais”, explicou Fávaro.
Depois de circular por mais de 20 anos no mundo, a gripe aviária H5N1 teve o 1º caso registrado no Brasil no dia 15 de maio. Até essa sexta-feira (16), praticamente todos os casos foram em aves migratórias.
A doença foi detectada em uma granja localizada em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e comunicada na manhã desta sexta.
China suspendeu compra de frangos
A China interrompeu a compra de carne de frango do Brasil por 60 dias após o país registrar o caso de acordo com Fávaro.
O ministro informou ainda que o Brasil tem protocolos com outros países que bloqueiam a exportação de carne de frango brasileira apenas das regiões onde foi detectado o foco de gripe aviária.
Os países com os quais o Brasil tem esse protocolo são: Reino Unido, Japão, Argentina, Emirados Árabes e Arábia Saudita.
“Já a China e a Comunidade Europeia restringem todo o Brasil temporariamente”, destacou Fávaro.
Mais tarde, à Reuters, o ministro disse que o protocolo é de embargos totais por 60 dias no caso de China, Coreia do Sul e União Europeia por conta do registro de gripe aviária em granja comercial, mas que ainda aguarda notificações desses países.
Isolamento da área
Com a confirmação da doença, a área em Montenegro foi isolada e as aves restantes foram eliminadas.
A Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul vai investigar se há outros casos em um raio inicial de 10 km da região onde o foco foi identificado.
Segundo o governo federal, trata-se do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) detectado na avicultura comercial do país. Antes, os casos ocorreram em aves silvestres, ou seja, que vivem soltas na natureza.
O vírus circula desde 2006, especialmente na Ásia, África e no Norte da Europa.