Após registrar um crescimento de 7,5% na produção de ouro no Brasil em 2024, a AngloGold Ashanti planeja uma expansão orgânica de aproximadamente 7% na produção brasileira ao longo dos próximos três anos. Para 2025, a expectativa é de estabilidade, com volumes semelhantes aos 351 mil onças produzidas no ano passado.
Para sustentar esse crescimento e lidar com os desafios da mineração em profundidades cada vez maiores, a companhia tem investido em novas tecnologias com foco em aumento de produtividade e redução de custos. Os aportes previstos para 2025 devem se manter próximos ao montante investido no país em 2024, que foi de R$ 1,1 bilhão.
A maior parte da produção da empresa no país vem da Mina Cuiabá, localizada em Sabará (MG). Lá, a AngloGold pretende ampliar a produção em 10% nos próximos três anos, alcançando cerca de 300 mil onças de ouro. Em 2024, a mina respondeu por 271 mil onças, e no primeiro trimestre de 2025 foram produzidas 58 mil onças (1,64 tonelada), abaixo das 65 mil onças registradas no mesmo período do ano anterior.
A redução, no entanto, é explicada por uma mudança técnica: desde setembro, com a retomada da planta de Queiroz, responsável pelo refino e produção de barras de ouro, a AngloGold Ashanti passou a contabilizar a produção apenas quando o ouro é convertido em barras nessa unidade, localizada em Nova Lima, e não mais no momento do embarque do concentrado em Cuiabá. Apesar disso, a produção de minério bruto na mina cresceu 6% no trimestre, totalizando 331 mil toneladas.
A Mina Cuiabá é hoje a mais profunda no Brasil, com atividades de extração a 1.650 metros abaixo da superfície. Sondagens realizadas pela AngloGold Ashanti já identificaram a presença de ouro a até 2.400 metros de profundidade, e a empresa trabalha para avançar nessa direção. A vida útil da mina é estimada até 2060.
A AngloGold também opera no Brasil as minas de Serra Grande (Crixás, em Goiás), Lamego (Sabará e Caeté, em Minas Gerais) e Córrego do Sítio (Santa Bárbara, em Minas Gerais).
Na Mina Cuiabá, o avanço para novas áreas de extração envolve custos significativos. Atualmente, cada metro aberto custa entre R$ 28 mil e R$ 29 mil, valor que pode aumentar conforme a profundidade e o solo. A AngloGold Ashanti perfura entre 1.100 e 1.300 metros por mês na unidade, que extrai de 1,8 milhão a 1,9 milhão de toneladas de minério por ano. A produção anual de ouro na mina varia de 8 a 10 toneladas.
A AngloGold Ashanti tem investido em tecnologias para ampliar a segurança e a sustentabilidade de suas operações. Segundo Othon Maia, vice-presidente de sustentabilidade e assuntos corporativos, a empresa adotou carregadeiras semiautônomas, operadas remotamente a partir da sala de controle de operações, e implantou uma sala de treinamento virtual com óculos 3D para simular situações de risco.
Em sustentabilidade, começou a testar uma carregadeira elétrica de 20 toneladas. A previsão é substituir sete carregadeiras no subsolo entre 2026 e 2027. Em 2025, a companhia também adquiriu três caminhões elétricos para uso subterrâneo. O objetivo é eletrificar toda a frota subterrânea em até cinco anos.
*Com informações do Valor Econômico