Foto: Reprodução/TV Globo

MATÉRIA DO G1

O padeiro responsável pela torta de frango que levou três pessoas à internação sob suspeita de envenenamento se apresentou à polícia na tarde desta quarta-feira (23) e negou que tenha cometido qualquer crime. O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil.

Ele se apresentou à delegacia do bairro Alípio de Melo espontaneamente, após a repercussão do caso. Negou que tenha envenenado a torta e levou um pedaço, que será submetido a análises da Polícia Civil. A esposa dele também prestou depoimento, na condição de testemunha. Os dois foram liberados.

  • Três pessoas foram internadas em estado grave com sintomas de intoxicação alimentar após consumirem uma torta de frango da padaria, na madrugada de segunda (21) para terça-feira (22). (saiba mais abaixo)
  • O estabelecimento fica localizado no bairro Serrano, na Região da Pampulha, e foi interditado no final da manhã desta quarta-feira (22) pela Vigilância Sanitária de Belo Horizonte.

O dono da padaria também prestou depoimento, foi ouvido e liberado. Em entrevista à TV Globo, disse que o padeiro foi contratado de forma temporária, trabalhou no final de semana, recebeu o pagamento em dinheiro e não voltou mais.

“Ele trabalhou dois dias com meu padeiro, que estava saindo. Eu estou perdido no que está acontecendo, não foi um produto feito por mim. Eu espero que eles melhorem e que isso tudo seja esclarecido, porque, querendo ou não, é o meu comércio e eu vivo disso”, afirmou o dono da padaria, que preferiu não se identificar.

As secretarias de saúde de Belo Horizonte e de Minas Gerais trabalham com as hipóteses de intoxicação pela bactéria causadora do botulismo, que afeta o sistema neurológico, podendo causar paralisia e até a morte.

Relembre

A torta de frango foi comprada na noite de segunda-feira (21), na Padaria Natália, no bairro Serrano.

As vítimas são Cleuza Maria de Jesus Dias, de 75 anos, a sobrinha dela, Fernanda Isabella de Morais Nogueira, de 23 anos, e o namorado da jovem, José Vitor Carrilho Reis, de 24 anos. Todos foram internados em estado grave e precisaram de intubação.

Parentes das vítimas contaram à Polícia Militar que o casal esteve na casa da tia na própria segunda-feira. Além da torta, eles também tinham comprado uma empada, e os três ingeriram o alimento.

Na mesma hora, eles perceberam que a comida estava com um gosto ruim e azedo, e levaram o resto da comida de volta para a padaria.

O casal voltou para casa, na cidade de Sete Lagoas, e, na madrugada de terça-feira (22), começou a sentir um mal-estar.

As vítimas foram levadas para o Hospital Municipal Monsenhor Flávio Damato, sendo encaminhadas na mesma hora para o Centro de Terapia Intensiva (CTI). Os dois foram entubados em estado grave.

Cleuza Maria também passou mal e ficou desmaiada por cerca de 30 minutos, sendo reanimada pelo filho. Ela foi entubada ainda na ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No hospital, a vítima foi levada para uma UTI em estado grave.

Familiares relataram à Polícia Militar que a equipe médica suspeitava de envenenamento por alguma substância, ainda não foi confirmada.

Padeiro ainda não havia sido localizado

Os policiais foram até a padaria informada e conversaram com os funcionários. Todos eles afirmaram que os salgados vendidos no local são feitos por um único padeiro. Ainda segundo os empregados, as tortas foram feitas no último sábado (19), mas estavam congeladas para serem aquecidas sob demanda.

As vítimas estiveram no estabelecimento na noite desta terça-feira para devolver parte do produto, afirmando que a comida estava azeda. Os próprios funcionários sentiram o mau cheiro vindo da torta.

O proprietário da padaria já havia relatado aos policiais militares que contratou o tal padeiro como freelancer e que ele trabalhou no local por apenas seis dias. O dono do comércio disse não ter feito cadastro do colaborador e não sabia dados básicos como telefone e endereço do padeiro.

O dono da loja alegou, ainda, que as câmeras do local foram queimadas após um incêndio e que não conseguiria imagens do colaborador.

O padeiro era pago com dinheiro em espécie, e não havia nenhum comprovante de transferência bancária que possa ajudar a localizar o nome completo do colaborador, sendo que o último dia de trabalho do contratado foi no domingo (20), conforme o proprietário relatou à Polícia Militar.

O padeiro só foi localizado na tarde desta quarta-feira (23), quando se apresentou voluntariamente à polícia.

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