Suíço Beat Christian Willi instalou portão em estrada e nega cobrar pedágio. - Crédito: Reprodução/Redes sociais

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Moradores de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos, em Nova Lima, organizam um protesto nesta quarta-feira, dia 26, contra um portão e um muro de arrimo instalado por um dono de pousada, o suíço Beat Christian Willi, em uma estrada que dá acesso à Cachoeira do Morumbé.

A manifestação terá início às 16h, com concentração em frente à igreja central, de onde os participantes seguirão até o portão. Segundo Marcelo Bonfanti, presidente da Associação Comunitária de Macacos, o caminho existe há mais de 50 anos e é usado diariamente por moradores, especialmente os da região de Mendes, além de turistas que visitam a cachoeira.

Bonfanti afirma que recebeu relatos sobre a impossibilidade de passagem durante a noite. “Já aconteceu também de árvores caírem durante a chuva e as pessoas ficarem ilhadas lá dentro porque o portão estava fechado e não tinha saída”, conta.

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Diante da situação, o presidente da associação ingressou com um processo no Ministério Público neste ano, solicitando a remoção da intervenção. A ação segue em tramitação.

“Falo com os moradores que a Justiça no Brasil é lenta mesmo, demora. O problema é que enquanto nada é feito, o portão continua lá, os problemas continuam acontecendo”, afirma Bonfanti.

Além do portão, os moradores de Macacos também reclamam de um muro de arrimo que está sendo feito pelo suíço. Segundo Marcelo, a estrutura foi construída a cerca de 10 metros de distância do portão.

O presidente da associação afirma que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Nova Lima (Semam) notificou e multou Beat pela “obra irregular”, impedindo-o de continuar com as intervenções. Conforme a notificação, o Departamento de Fiscalização Ambiental (DPA/Semam) foi ao local em 24 e 30 de janeiro deste ano.

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O DPA verificou que a construção, com cerca de dois metros quadrados (m²), está localizada a menos de 30 metros da borda da calha do leito do córrego Morumbé, uma área de preservação permanente. O proprietário não apresentou qualquer autorização para a intervenção ambiental.

A manifestação deve contar com a participação de aproximadamente 60 pessoas. Marcelo enfatiza que o protesto será pacífico e tem como principal objetivo chamar a atenção das autoridades locais para a situação, destacando a importância da preservação ambiental.

Em entrevista ao Estado de Minas, o proprietário da pousada, que teria instalado o portão em 2022, justificou a medida afirmando que a instalação teve o intuito de exercer um controle sobre o acesso à área, “já que os turistas que visitam as cachoeiras deixam muito lixo na região e também houve aumento de insegurança no local”.

Para Bonfanti, o motivo não justifica o portão: “Não é proibindo as pessoas de acessarem os lugares que vamos resolver essa questão da limpeza. É com conscientização que se resolve e não prejudicando os turistas”, disse.

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