O filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional na cerimônia realizada em 2 de março de 2025, no Dolby Theatre, em Los Angeles. Esta vitória representa a primeira vez que o Brasil recebe uma estatueta nesta categoria, marcando um momento histórico para o cinema nacional.
Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o longa retrata a história de Eunice Paiva, vivida por Fernanda Torres, que enfrenta o desaparecimento de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, durante a ditadura militar brasileira. A narrativa destaca a resiliência de Eunice ao lutar pela verdade sobre o paradeiro de seu esposo, enquanto mantém sua família unida em meio à repressão política.
Além de Melhor Filme Internacional, “Ainda Estou Aqui” recebeu outras duas indicações ao Oscar: Melhor Filme e Melhor Atriz para Fernanda Torres. A atriz já havia sido premiada com o Globo de Ouro por sua atuação no filme, consolidando sua performance como uma das mais marcantes do ano.
Desde sua estreia no Festival de Veneza, em setembro de 2024, onde foi aplaudido por dez minutos consecutivos e premiado com o Osella de Ouro de Melhor Roteiro, o filme vem acumulando reconhecimentos. No Brasil, foi lançado em novembro de 2024 e já ultrapassou a marca de 5 milhões de espectadores, tornando-se o filme nacional de maior sucesso pós-pandemia.
A conquista do Oscar por “Ainda Estou Aqui” não apenas celebra a excelência artística da produção, mas também reforça a importância de revisitar e refletir sobre períodos sombrios da história brasileira. O filme serve como um lembrete poderoso da luta por justiça e memória, ecoando a resistência de indivíduos como Eunice Paiva contra regimes opressores.
Com esta vitória, o cinema brasileiro ganha destaque no cenário internacional, abrindo portas para futuras produções e talentos nacionais. “Ainda Estou Aqui” não é apenas um triunfo cinematográfico, mas também um testemunho da capacidade do cinema de contar histórias universais de coragem e perseverança.