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A história de Nova Lima, profundamente marcada pela mineração, guarda também as marcas da exploração da população negra durante o período escravocrata. Essas cicatrizes permanecem evidentes nas desigualdades que as populações negras enfrentam no município. O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, surge como uma oportunidade para refletir sobre o passado e propor ações para um futuro mais igualitário.

Mônica Jacinto, professora, escritora e militante do movimento negro, analisa como essa herança histórica impacta a vida da população negra na cidade. “A gente sabe que a mão de obra negra foi a mola propulsora para a economia mineradora. Não só em Nova Lima, mas no Brasil todo. Em Nova Lima, essa herança histórica da mineração impacta as condições de vida e as oportunidades para a população negra de forma negativa. […] O povo negro dessa cidade ainda não é reconhecido pelos seus feitos, ainda não é valorizado”, destaca.

Para Mônica, é urgente desconstruir as barreiras estruturais que mantêm o racismo vivo no cotidiano. Ela lamenta a ausência de representantes negros eleitos nas últimas eleições municipais, reforçando a necessidade de maior protagonismo político. “Essas barreiras estruturais passam pela opressão que a população negra sofre cotidianamente. […] Para desconstruir essas barreiras, a gente precisa desconstruir o racismo institucional e estrutural”, pontua.

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Já Natália Manga, artista, empreendedora e também militante do movimento negro, reforça o papel da educação antirracista e da representatividade como ferramentas de transformação. “Promover a educação antirracista nas escolas é a forma mais eficiente de garantir que o legado da nossa ancestralidade, cultura e história preta seja valorizado e perpetuado. […] Tão importante quanto isso é a presença de pessoas pretas em cargos de decisão e o incentivo às nossas manifestações culturais e religiosas”, afirma.

Natália também aponta demandas essenciais para a promoção da igualdade racial no município, como acesso à saúde, incentivo ao empreendedorismo local e combate à intolerância religiosa. “Preto não é tudo igual! Nós somos diversos, e nessa pluralidade carregamos várias questões e demandas diferentes. […] Saúde mental, educação antirracista, fomento à cultura e representatividade são algumas das prioridades”, conclui.

Para marcar o mês da Consciência Negra, a Prefeitura de Nova Lima preparou uma programação especial, que inclui oficinas gratuitas em vários pontos da cidade, como dança afro, tranças e penteados, culinária afro-brasileira e percussão. As atividades, que ocorrem de 20 a 30 de novembro, celebram a riqueza da cultura afro-brasileira e nova-limense, promovendo também espaços de encontro e aprendizado.

Confira a programação completa aqui

Essas atividades celebram a riqueza cultural e ancestral da população negra, ao mesmo tempo em que oferecem espaços de aprendizado, reconhecimento e fortalecimento da identidade coletiva.

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