Na manhã desta quarta-feira, dia 9, uma força-tarefa composta pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Receita Estadual, Polícia Civil e Polícia Militar deflagrou a fase ostensiva da Operação Héstia. Coordenada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA-MG) e com apoio da 24ª Promotoria de Justiça de Contagem, a ação visa desmantelar um esquema de sonegação fiscal, associação criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, além de recuperar recursos para o Estado.
Foram realizadas medidas de busca e apreensão em oito locais em Belo Horizonte, Nova Lima e Contagem, incluindo sete alvos comerciais e duas pessoas físicas, além de buscas pessoais em oito indivíduos.
De acordo com as investigações, o grupo empresarial alvo da operação, que atua no setor de produção e comercialização de embalagens de alumínio, acumula mais de R$ 90 milhões em dívidas de ICMS, cobradas em 72 processos tributários em aberto.
A organização criminosa utilizava métodos sofisticados para tentar burlar a ação do fisco, como a emissão de documentos fiscais falsos, criação de empresas de fachada, troca constante de “laranjas” na administração e gestão das empresas que mantinham o esquema, assim como manutenção de empresas próprias para blindagem patrimonial dos beneficiários das fraudes.
As investigações revelam que o esquema, além de prejudicar os cofres públicos, afetava a competitividade em Minas Gerais, prejudicando empresários que operam de forma legal e incentivando práticas desleais no mercado. A Operação Héstia destaca a importância de um ambiente de negócios justo e transparente, onde o empreendedorismo responsável é valorizado, promovendo a geração de emprego e renda para a população mineira.
Segundo o CIRA, a recuperação dos recursos sonegados é essencial para o desenvolvimento de políticas públicas do estado, como a ampliação da merenda escolar e o fornecimento de medicamentos vitais nos hospitais públicos, sendo um dos objetivos do comitê.
O nome Operação Héstia faz referência à deusa grega do lar, em alusão ao setor de atuação do grupo, que se apresenta como um dos maiores fabricantes de embalagens de alumínio do Brasil, com seus produtos presentes em lares de todo o estado.
A operação envolveu quatro promotores de Justiça, seis servidores do MPMG, um delegado, 10 investigadores da Polícia Civil, 24 policiais militares e 40 servidores da Receita Estadual de Minas Gerais.