Foto: Instagram/Juliana Sales

ARTIGO DE OPINIÃO DA VEREADORA JULIANA SALES

Cerca de 17,91% dos eleitos nas disputas municipais de 2024 em todo o país são mulheres. Esse percentual é maior do que o que foi registrado em 2020, quando 16% dos eleitos eram do sexo feminino. Mas mesmo diante do tímido aumento da representação feminina na política no Brasil, Nova Lima caminhou no sentido contrário, ao eleger apenas UMA mulher das 75 candidatas ao cargo para o próximo mandato.

Essa problemática se dá, muitas vezes, pela desconfiança, ainda que por vezes velada, na capacidade da mulher de liderar, o que não só contamina a aceitação dessa liderança, como desgasta todo o processo de legitimação. O esforço que uma mulher precisa fazer para se provar é grande, mas o esforço para manter as expectativas elevadas é ainda maior. É um processo desgastante e, muitas vezes, solitário. E eu, Juliana Sales, posso falar com propriedade sobre essa solidão.

Existe uma dificuldade de aceitação e legitimação de mulheres em cargos de liderança, porque ainda somos vítimas de preconceitos e estereótipos que nos colocam, já de partida, em desvantagem para o exercício de atividades em espaços de poder. Somos usualmente subestimadas, tendo nossa capacidade técnica constantemente questionada, além de sermos cobradas e julgadas com maior rigidez. A régua da liderança feminina permanece sendo mais alta e, os erros, menos tolerados. E isso justifica e reflete, também, nas baixas taxas de reeleição. Através dos mínimos detalhes, eles tentam – e por vezes conseguem – nos silenciar por pelo menos mais 4 anos.

O descaso com a falta de representatividade feminina nos processos de tomada de decisão e espaços de poder, sobretudo, culminam com a precariedade das nossas políticas públicas e deixarão marcas profundas pelos próximos anos.

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