Foto: Ministério do Trabalho/Divulgação

MATÉRIA DO G1

Minas Gerais está no topo da lista que traz os empregadores que submeteram trabalhadores a condições semelhantes à escravidão, a chamada lista suja A informação é do Ministério Público do Trabalho (MPT-MG).

De acordo com a entidade, foram listados 727 empregadores no país. Do total, 165 são de Minas, número que representa 22% da lista, colocando o estado na liderança. Dos 6.148 trabalhadores resgatados, 1.635 estavam em terras mineiras. O MPT ressalta, ainda, que já foram abertos inquéritos contra os proprietários.

O que é a lista suja?

A lista suja é um documento público divulgado semestralmente pelo Ministério do Trabalho, em abril e outubro, com o objetivo de dar visibilidade aos resultados das fiscalizações do governo de combate ao trabalho escravo.

Os nomes dos empregadores só são adicionados ao cadastro após a conclusão do processo administrativo que julgou o caso, com uma decisão sem possibilidade de recurso.

Perfil das vítimas

Segundo o superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) , Carlos Calazans, o perfil das vítimas é formado por:

  • 90% por pessoas negras
  • 60% de moradores locais
  • 40% imigrantes e/ou mão de obra externa

As principais atividades econômicas que empregam mão de obra análoga à escravidão são:

  • Agricultura
  • Carvoarias
  • Cultivo e colheita de café
  • Construção civil
  • Trabalho doméstico
  • Indústria da fiação

O que caracteriza o trabalho escravo?

Segundo Cynthia Saldanha, auditora fiscal do trabalho, o trabalho análogo à escravidão é definido pelo artigo 194 do Código Penal. Ele é caracterizado por:

📌 submissão de alguém a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva;

📌 condições degradantes de trabalho;

📌 cerceamento do uso de meios de transporte;

📌 servidão por dívidas;

📌 restrição de locomoção;

📌 vigilância ostensiva;

📌 apoderamento de documentos ou objetos pessoais.

Como denunciar?

📌 Casos de trabalho análogo à escravidão podem ser denunciados por meio do Disque Direitos Humanos, ligando no número 100.

📌 As denúncias também podem ser feitas pelo site do Sistema Ipê. O denunciante não precisa se identificar.

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