Matéria g1
O dólar fechou em forte alta nesta quinta-feira (1°), aos R$ 5,7349. É maior valor de câmbio para a moeda americana desde 21 de dezembro de 2021 (R$ 5,7388).
O primeiro fator que investidores repercutiram no pregão de hoje foram as decisões de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Ontem, as duas instituições decidiram manter suas taxas de juros inalteradas. No Brasil, a taxa Selic permaneceu em 10,50% ao ano, mas com sinalizações de que o Copom está cauteloso com o cenário econômico.
Já nos Estados Unidos, o Fed manteve os juros em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. Em entrevista a jornalistas, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que um corte na taxa poderá ser discutido na próxima reunião, caso os dados econômicos caminhem conforme o esperado.
“Hoje é um dia de dólar forte no mundo como um todo, por aversão a risco e uma apreensão pela inação do Fed ontem e o payroll [relatório de emprego dos EUA] de amanhã”, diz Filippe Santa Fé, head de multimercados do ASA.
“Mas, localmente, a postura bem menos ‘hawk’ [menos rígida] que o esperado do Copom faz o real ter resultado bem pior que os pares nesse ambiente adverso”, explica. “Não tivemos nem perto de uma sinalização de que a alta está iminente, o que vários esperavam. A palavra ‘subir’ ou ‘alta’ não estão presentes no comunicado.”
O mercado se dividiu sobre quanto esse endurecimento atendeu às expectativas, em meio a um cenário de aumento das expectativas de inflação.
O segundo ponto foi a escalada do conflito no Oriente Médio. O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto nesta quarta-feira (31). A morte marca uma nova tensão em meio ao conflito na Faixa de Gaza, com anúncios de retaliação do Irã e do Egito.
Em meio ao ambiente de aversão ao risco, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em queda.