A Justiça de primeira instância em Nova Lima condenou sete pessoas pelo crime de estelionato e outros contra Carlos Henrique Turchette, o “Branco”, um dos empresários mais importantes da cidade.
O processo se arrastou durante anos e quase prescreveu. No entanto, houve uma atualização do caso na Justiça e a condenação ocorreu. Os réus poderão recorrer em liberdade, mas chegaram a ser presos pelo delito em outro momento.
Segundo as investigações, houve a formação de um sistema criminoso dentro de uma das empresas de Branco. Inclusive, dois dos condenados (Caio e Daidson) chegaram a confessar a prática delituosa. Eles eram responsáveis por organizar a planilha de frete dos transportes da Transbranco, empresa de transporte de minério.
Com acesso às planilhas, eles resgatavam documentos já arquivados e mudavam a conta de pagamento do serviço para contas bancárias de laranjas. Como eram eles quem organizavam e conferiam as tabelas, o setor de pagamento efetuava a transferência sem questionamentos.
Tudo isso ocorreu entre o final de 2013 e o início de 2014. A polícia esteve em diligência na empresa e confrontou os homens, que confessaram, primeiramente, parte do delito. Depois, foram confessando que, de fato, o dinheiro estava espalhado em espécie e também na conta bancária dos laranjas. Nas investigações, foi possível constatar que um dos condenados chegou a ajudar uma familiar a arrendar uma pousada na Serra do Cipó e comprou, ainda, um Honda Civic. Foram recuperados ainda um Hyundai I30 e um Fiat Palio Sport, que a justiça tomou o bem e concedeu a Branco.
O luxo com o qual os acusados estavam vivendo chamou atenção. Eles, que desviaram acima de R$300 mil, mas há indícios de desvios chegando a R$1 milhão, estavam andando com carros incompatíveis com a renda de ambos e bancando, de acordo com investigações, idas a bares para algumas pessoas. Carlos Henrique e pessoas da empresa receberam, então, denúncia anônima sobre os desvios e começaram a auditar as contas, encontrando os delitos.
Ficou constatado ainda que vários cheques em nome da empresa sumiram na época, e um foi utilizado para tentar pagar uma dívida com um comerciante em Nova Lima. O comerciante achou estranho e acionou Carlos Henrique para verificar se ele reconhecia o cheque, o que não ocorreu.
Na história, ainda aparece outro homem que prestava serviço para a Transbranco e também utilizou a estrutura delituosa para obter vantagens ilícitas. Os réus pegaram entre três e seis anos de prisão, entre os regimes fechado e semiaberto, além de pagamento de multa.