A defesa de R.P, de 67 anos, procurou a redação do Jornal Sempre Nova Lima, a fim de demonstrar a versão do idoso sobre o acontecimento no dia 19 de janeiro, quando uma cadela acabou falecendo em decorrência de dois golpes. O caso ganhou muita repercussão na cidade e de políticos ligados à causa animal.
A defesa argumentou que o caso tem se tornado difícil, uma vez que um jornal da cidade postou o endereço do suspeito, conjuntamente com imagens da sua fachada e isso tem feito pessoas irem até o local para tentarem algo contra R.P. Até por isso, o advogado explicou ao Sempre o que aconteceu e como e deu a situação naquele dia.
De acordo com a defesa, R.P faz caminhadas no parque por recomendação médica. Ele tem cãncer e retirou 1/3 do pulmão devido a isso, além de ter metástase oriundo deste quadro e até mesmo câncer de pele. R.P ainda apresenta quadro de escoliose, sendo a caminhada e exercícios um aliado contra as dores.
“O tratamento do câncer pode acontecer de diversas formas, no caso de Romulo se dá através do medicamento Osimertinibe. Como pode-se imaginar, este é um remédio forte com efeitos colaterais como a arritmia cardíaca, paroníquia, entre outros, passando a tomar o medicamento Succinato de Metoprolol para o coração e ainda o antidepressivo”, disse a defesa, que continuou:
“Também como consequência do tratamento do câncer e diversas cirurgias necessárias ao longo de sua trajetória, houve uma desaceleração do processo de cicatrização. Uma única ferida chegou a levar mais de 4 meses para cicatrização, portanto, ferimentos mais graves podem ser letais. “
De acordo com o advogado de defesa, “Romulo estava praticando suas atividades físicas normalmente enquanto escutava músicas em seu fone de ouvido, quando foi surpreendido por um cachorro latindo e avançando em suas pernas”. Ele teria fobia de cachorro desde criança. Assustado com o cachorro sem coleira que tentava o morder, sua reação para se defender foi de foi gritar e caminhar para trás, balançando o bastão. Em seguida, o cachorro mudou sua direção para alcanca-lo de lado, quando o movimento do bastão acabou o atingindo. Esta foi uma reação espontânea devido ao medo e ansiedade de uma pessoa que passa por diversas questões de saúde e um único ferimento pode causar consequências graves
Ele argumenta, ainda, que por estar com fone de ouvido e com isso não ter escutado se a tutora disse algo e também para sair o quanto antes do local, com receio de outros cachorros, ele saiu do local. “Neste momento seria inimaginável que o cachorro tivesse morrido, já que não pode observar sangue e o cão ter batido uma única vez em seu bastão.”
“Romulo agiu em estado de necessidade: temia pela sua integridade física e sua vida. Infelizmente, em virtude de sua saúde, independente do porte do animal, os ferimentos por este causados poderiam gerar transtornos horríveis e até a sua morte. Esta foi sua única e instintiva saída e, mesmo assim, jamais desejaria a morte do animal.”