Um projeto de autoria da vereadora Juliana Sales (Cidadania) que proíbe o manuseio, a utilização, a queima e a soltura de fogos com estampidos e de artifícios e quaisquer artefatos pirotécnicos de efeito sonoro, virou lei no município. A ação visa proteger pessoas com hipersensibilidade auditiva, idosos e animais.
Inclusive, a Prefeitura de Nova Lima anunciou e produziu fogos de artifício sem ruídos para que as pessoas curtissem a virada do ano, sem incomodar o próximo. Mas, no entanto, apesar da vereadora produzir a lei e aprová-la na Câmara Municipal e a Prefeitura contribuir com um show de fogos sem barulhos, a população não ajudou.
Uma pessoa do bairro Chácara dos Cristais lamentou a situação e disse que no local os foguetes foram até 4h da manhã. A sua cadela, Luna, não dormiu e urinou toda a cozinha com medo, já que ela ficou dentro de casa para não se machucar tentando entrar na casa. A pessoa, que preferiu não se identificar, lembrou que os foguetes também podem atingir pessoas com Transtorno de Espectro Autista, que podem apresentar hipersensibilidade auditiva.
Uma outra mulher do bairro Alvorada também falou com a nossa redação e reclamou dos fogos. Ela também argumentou que seu pet ficou extremamente assustado e corria pela casa tentando encontrar uma forma de se esconder. Mas, não apenas: a sua filha de apenas 1 mês também se assustou, chorou e ficou com os olhos arregalados assustada.
A Prefeitura de Nova Lima respondeu ao nosso questionamento e informou que “ressalta que todos os eventos promovidos pela Administração Municipal foram realizados em conformidade com a lei que proíbe o uso de fogos de artifício com ruído. Quanto à ação de particulares durante a virada do ano, os departamentos de fiscalização do município não foram acionados para denúncias que envolvessem o descumprimento da lei. A Prefeitura seguirá promovendo ações educativas, a fim de conscientizar a população sobre a proibição e os efeitos do uso de fogos de artifício com ruído”, disse.
A vereadora que criou a lei, Juliana, comentou que “havia a esperança de que, com a Lei 2933/22, de minha autoria, que proíbe o uso de fogos de artifício com estampido, fosse cumprida nas festas de fim de ano. Infelizmente, não foi o que ocorreu. O nosso mandato recebeu inúmeras reclamações nos últimos dias. Isso mostra que não basta o nosso mandato ter proposto e trabalhado pela aprovação da lei. Ainda é latente a necessidade de proibir a venda de fogos desse tipo, aumentar a fiscalização e as penalidades, além de promover campanhas de conscientização”, afirmou ela, que continuou:
“A palavra convence, mas o exemplo arrasta. A prefeitura deu o exemplo, porém precisa avançar mais nessas outras ações.”