A família do jovem Gabriel Oliveira, de 29 anos, denuncia uma possível negligência do atendimento do CEACOR (Centro de Atendimento ao Coronavírus) em Nova Lima. Gabriel faleceu nesta última quarta-feira, dia 24, e o teste deu negativo para Coronavirus.
Fontes da família que preferem não serem identificadas falaram com exclusividade ao Jornal Sempre Nova Lima e contaram que o rapaz começou a passar mal no dia 17, uma quarta-feira. Ele sentia muita falta de ar, mas não apresentava outros sintomas característicos da Covid, como febre, tosse, perda do olfato e paladar e entre outros.
A fonte nos contou que no dia 17, após ser avaliado, o médico que atendeu Gabriel o liberou e solicitou que ficasse em casa em isolamento social e que retornasse ao CEACOR sete dias depois. Contudo, o jovem voltou ao local por pelo menos duas ocasiões devido a piora do seu quadro. A última vez que retornou foi no dia 23, uma terça-feira, quando novamente não foi internado, já que, segundo fontes, ele possuía saturação (oxigênio no sangue) em torno de 99% e apenas são admitidos para o centro pacientes abaixo de 95% de saturação.
Logo, Gabriel retornou para casa. No entanto, seu quadro piorou ainda mais e ele foi levado por familiares para a Clínica Vitallis, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, durante a madrugada, onde faleceu. A negligência estaria imposta quando o médico não investigou as causas da falta de ar e simplesmente mandou o paciente para casa.
Ainda de acordo com a fonte, Gabriel era asmático. “Então se alguém chegar com falta de ar hoje na UPA e não tiver nenhum outro sintoma de Coronavírus, os médicos não vão investigar mais a causa da falta de ar?”, questiona a pessoa que falou com o jornal.
A família esperou até sábado, dia 27, quando a notificação atestou que não era Covid-19. Para eles, todavia, se o médico investigasse mais a fundo as causas da falta de ar, poderia ter salvo a vida do rapaz, já que em BH de prontidão já afastaram a possibilidade de Coronavírus.
A fonte que conversou conosco ainda disse que precisou insistir com o laboratório para o exame ser liberado com o resultado e que a Prefeitura não teria se empenhado para obter o exame com maior velocidade.
Outra situação que incomodou os familiares se dá quando o mesmo médico que atendia Gabriel solicitou remédios para ministrar no paciente. Segundo a fonte, vários medicamentos solicitados pelo profissional de saúde estavam em falta no centro, o que gerou indignação.
O Jornal Sempre Nova Lima solicitou posicionamento para a Secretaria Municipal de Comunicação acerca dos fatos narrados. Não obtivemos respostas, como de praxe.
A irmã de Gabriel reclamou da situação em suas redes sociais e chegamos a informação de que nesta segunda-feira, dia 29, a Secretaria de Saúde anunciou abertura de sindicância para apurar os fatos.