De: Wellton Máximo/Agência Brasil
Em mais um dia de nervosismo no mercado financeiro, o dólar comercial voltou a se aproximar de R$ 5,60. A moeda encerrou esta terça-feira (5) vendida a R$ 5,59, com alta de R$ 0,068 (+1,23%). A bolsa, no entanto, recuperou-se de duas quedas seguidas, influenciada pelos mercados internacionais.
Durante a manhã, o dólar alternou momentos de alta e de baixa, mas a cotação acelerou a partir das 11h. Na máxima do dia, por volta das 16h40, atingiu R$ 5,596. A divisa acumula alta de 39,3% em 2020. O Banco Central (BC) interferiu pouco no mercado. A autoridade monetária apenas rolou (renovou) cerca de US$ 500 milhões de contratos antigos de swapcambial – venda de dólares no mercado futuro – que vencerão em junho.
Os investidores estão na expectativa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, amanhã (6). Há duas semanas, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o cenário para a Selic (taxa básica de juros) mudou depois da última reunião do Copom, indicando que a taxa atual, de 3,75% ao ano, deve ser reduzida.
Juros mais baixos tornam menos atrativos os investimentos em países emergentes, como o Brasil, estimulando a retirada de capitais por estrangeiros. As tensões políticas internas e a divulgação da queda da produção industrial, que teve o pior desempenho em 18 anos para meses de março, também interferiram no mercado.
B3
Apesar das tensões, o dia foi marcado pela recuperação no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3 (bolsa de valores brasileira), fechou esta terça aos 79.471 pontos, com alta de 0,75%. Esta foi a primeira subida depois de duas sessões seguidas de queda do indicador.
O Ibovespa foi ajudado pelo mercado externo. Influenciado pela recuperação dos preços do petróleo e pela divulgação de planos de reabertura de empresas em alguns estados americanos, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, encerrou o dia com ganho de 0,11%.
Há várias semanas, mercados financeiros em todo o planeta atravessam um período de nervosismo por causa da recessão global provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus.
As interrupções na atividade econômica associadas à restrição de atividades sociais travam a produção e o consumo, provocando instabilidades. No entanto, a perspectiva de que vários países da Europa e regiões dos Estados Unidos relaxem as restrições após a superação do pico da pandemia anima os mercados.
Petróleo
Os preços internacionais do petróleo, que despencaram nas últimas semanas, continuaram a se recuperar hoje. O barril do tipo Brent, que serve de referencial para o mercado internacional e para a Petrobras, era vendido a US$ 31,95 por volta das 19h, com forte alta de 17,46%.
A alta nas cotações do petróleo refletiu-se nas ações da Petrobras, as mais negociadas na bolsa. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) valorizaram-se 3,43% nesta terça. Os papéis preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) tiveram ganho de 3,22%.
A guerra de preços de petróleo começou há dois meses, quando Arábia Saudita e Rússia aumentaram a produção, mesmo com os preços em queda. Segundo a Petrobras, a extração do petróleo só é viável no longo prazo para cotações a partir de US$ 45. No curto prazo, a companhia pode extrair petróleo a US$ 19, no limite dos custos da empresa