De: RTP (emissora pública de televisão de Portugal)/ Agência Brasil
O número de mortos nas inundações que atingiram a região de Jacarta, na Indonésia, na noite de ano-novo, subiu para 43, anunciou hoje a Agência de Gestão de Desastres do país.
Pelo menos 43 pessoas morreram por afogamento, hipotermia ou desmoronamento de terras na área metropolitana de Jacarta e na região de Lebak, no extremo sul de Java, disse. As autoridades continuam à procura de dezenas de desaparecidos.
O balanço anterior indicava 23 mortos.
Cerca de 400 mil pessoas foram deslocadas para abrigos temporários e muitas ainda não conseguiram voltar para casa. “Encorajamos as pessoas cujas casas continam inundadas a mudarem para locais mais seguros”, afirmou o porta-voz da Agência de Gestão de Desastres, Agus Wibowo.
Nos bairros mais atingidos, as organizações de socorro indicaram que iam retirar os residentes, nomeadamente crianças e idosos, ainda presos nas suas casas.
Segundo as autoridades indonésias, a água está recuando e a eletricidade começa a ser reestabelecida em várias regiões da área metropolitana.
“Hoje estamos concentrados nas buscas em 11 locais que continuam submersos, para retirar pessoas”, disse o porta-voz da Agência de Busca e Salvamento, Yusuf Latif.
Em Bekasi, um subúrbio de Jacarta que foi duramente atingido, o recuo das águas deu lugar a ruas pantanosas cobertas de lixo e carros amontoados. Neste bairro, a água chegou ao segundo andar dos edifícios.
Com 30 milhões de habitantes, a capital indonésia é regularmente atingida por inundações durante a estação das chuvas, iniciada no final de novembro.
“As inundações deste ano foram particularmente fenomenais devido aos níveis extremamente elevados de pluviosidade”, explicou a especialista em planeamento urbano Yayat Supriatna.
A metrópole enfrenta graves problemas de infraestrutura, com deficiente sistema de drenagem, agravados por um desenvolvimento urbano excessivo, apontou a especialista.
Há alguns meses, o presidente da Indonésia, Joko Widodo disse ter escolhido uma zona no leste da ilha de Bornéu para ser a capital política do país, indicando a intenção de sair de Jacarta, uma cidade sobrelotada e ameaçada pela subida das águas.