O ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot. Foto: Marcelo Camargo/Ag Brasil
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O ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, criticou a mineradora Vale pela forma como a qual a empresa vem tratando os atingidos pela crise minerária em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Janot foi procurador entre 2013 e 2017 no governo Dilma Rousseff (PT).

“Fiquei impressionado com o desespero, agonia, desânimo, sofrimento, desolação, insegurança e abandono que essas pessoas vivem na região. Ao lado disso, eu pude constatar vendo ali a circulação das pessoas, o descaso, a arrogância, o pouco caso que a empresa faz com essa gravíssima situação que se formou”, afirmou ele sobre o distrito de São Sebastião de Águas Claras (Macacos).

Janot anunciou que vai atuar de forma voluntária para os atingidos de Macacos, ao lado de Márcio Fernando Elias Rosa, que foi secretário de Justiça de São Paulo e presidente da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Casa) até dezembro de 2018.

Para o ex-procurador, a Vale não tem um compliance efetivo e “não saber gerir, ou não querer gerir os riscos de sua própria atividade”. Ele ainda classificou a região de Macacos como “lindíssima” e afirmou que vai advogar pelo Instituto “Sebastião”, contra a Vale. Este Instituto vem sendo criado na região.

Ele ainda lembrou da situação econômica da região que praticamente morreu depois que as sirenes tocaram e o nível da barragem foi para o três: “As pessoas precisam desse dinheiro para poder respirar, e não desidratar, e não sucumbir essa falta de dinheiro. Eles estão precisando por exemplo de verbas emergenciais que permitam que eles respirarem, que permita que eles possam manter um mínimo de atividade”, avaliou.

No dia 16 de fevereiro a Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou que Vale e autoridades evacuem pessoas da Zona de Autossalvamento (ZAS) em Macacos. No dia 28 de março o nível da barragem subiu para o nível 3, o último e mais perigoso de todos.

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